5 DE JANEIRO DE 2018
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tiveram programas de ajustamento, conseguindo conter esse efeito que, muitas vezes, o ajustamento não
consegue.
Protestos do PCP.
Sr.ª Deputada Joana Mortágua, não temos uma narrativa da vinda do Diabo, mas, ao contrário do Bloco de
Esquerda, sabemos o que custa governar nessas circunstâncias, sabemos que é difícil pedir sacrifícios aos
portugueses e como os portugueses os sentiram na pele.
Protestos do BE e do PCP.
Por isso é que nos preocupa muito que o caminho que está a ser seguido não garanta que isso não volte a
acontecer. Gostaríamos muito que garantisse que tal não volta a acontecer.
Posso garantir-lhe, Sr.ª Deputada, que não é nada agradável ser membro de um Governo a aplicar um
programa de ajustamento. Não é!
Embora os senhores utilizem muito o argumento, ao qual falha, não me levem a mal, inteligência, de que
gostamos de fazer mal às pessoas ou que tínhamos algum preconceito ideológico contra os portugueses, devo
dizer que isso é um disparate rematado.
Protestos do BE e do PCP.
Aquilo que digo, Sr.ª Deputada, é que não temos nenhum tipo de ódio aos sindicatos, o que queremos é que
ambas as partes sejam respeitadas: a parte dos trabalhadores e a parte das empresas.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Quantos milhões?!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Não compreendemos como é que numa empresa que tem quase
30 anos de existência, que sempre conseguiu resolver os seus problemas sem greves — e os senhores sabem
bem porque a comissão de trabalhadores era liderada por uma pessoa do Bloco de Esquerda —, …
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — …durante esse tempo, nunca houve esses conflitos e agora há.
Será coincidência? Não acreditamos que seja, Sr.ª Deputada, e preocupa-nos, sim, o que possa acontecer e o
que esse efeito possa trazer de arrastamento até para outras empresas que já cá estão ou que queiram vir a
estar.
Quando a Sr.ª Deputada fala de quantos milhões o Governo português já investiu naquela fábrica, Sr.ª
Deputada, daqui a pouco estamos a ouvi-la defender que é preciso nacionalizar a Autoeuropa. É preciso ter
cuidado com esse tipo de afirmações.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, terminamos assim as declarações políticas,
passando ao ponto três da nossa agenda, que consiste na apreciação conjunta da petição n.º 264/XIII (2.ª) —
Solicitam a adoção de medidas com vista à defesa do rio Tejo, nomeadamente o encerramento da Central
Nuclear de Almaraz (Paulo Fernando da Graça Constantino e outros) e dos projetos de resolução n.os 738/XIII
(2.ª) — Recomenda ao Governo que permita a utilização de resultados analíticos obtidos com amostras pontuais
na fiscalização de descargas poluentes (CDS-PP), 1190/XIII (3.ª) — Recomenda medidas para a despoluição
do rio Tejo e o encerramento da Central Nuclear de Almaraz (BE), 1191/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo
que adote medidas de vigilância e de ação ambiental para mitigar os efeitos nefastos das fontes de poluição
presentes no rio Tejo (PAN), 1204/XIII (3.ª) — Pela defesa e proteção integrada da bacia hidrográfica do Tejo
(Os Verdes), 1207/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a adoção de medidas para a defesa da bacia hidrográfica