18 DE JANEIRO DE 2018
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sucesso escolar mostram que os alunos que fizeram exames no 6.º ano e que tiveram metas curriculares tiveram
um bom desempenho nos exames do 9.º ano. E é isto que, afinal, todos desejamos.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Porfírio Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, o tema que o CDS-PP escolheu
para interpelar o Governo hoje é obviamente um tema relevante e, por isso, saudamos o CDS-PP.
A Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa é uma Deputada sempre interveniente, informada e interessada por estas
matérias e, obviamente, mesmo quando não estamos de acordo, é importante que possamos discutir estas
matérias.
A Sr.ª Deputada enunciou, na sua intervenção inicial, um leque bastante alargado de questões que são
relevantes em matéria educativa. Eu tinha várias outras perguntas para lhe fazer, mas, como isso não é possível
nesta fase, fá-las-emos noutros momentos do debate. No entanto, sobre duas matérias específicas que
mencionou, queria fazer-lhe perguntas concretas, porque também é importante perceber isso para podermos
continuar este debate.
Sr.ª Deputada, em primeiro lugar, a questão da avaliação. É sabido que este Governo e esta maioria
parlamentar fizeram mudanças relevantes em matéria de avaliação, designadamente acabámos com exames
precoces, a saber, um exame no 4.º ano que praticamente nenhum país civilizado, além de Portugal, tinha e
introduzimos as provas de aferição em anos que consideramos importantes para que não se deixem acumular
as dificuldades de aprendizagem dos alunos e para que se possa interferir e melhorar atempadamente.
Nessa altura, quando este processo começou, o CDS e, designadamente, a Sr.ª Deputada falavam desta
matéria como sendo uma estratégia de facilitismo, ao dizerem que a estratégia deste Governo e desta maioria
era de facilitismo, era a de acabar com o rigor. Depois, mudou. Há algum tempo, já dizia que, afinal, os resultados
da avaliação denotavam grandes dificuldades por parte dos alunos.
Portanto, ficamos sem perceber se é facilitismo e não é para avaliar nada, ou se, afinal, é para encontrar
dificuldades e para lhes poder dar resposta. E este aspeto de lhes dar resposta é muito importante. Foi há pouco
tempo indicado que, quer os relatórios individuais das provas de aferição (RIPA) quer os relatórios de escola
das provas de aferição (REPA), estão a ter resultados muito importantes. Porquê? Porque as escolas, os
professores e os alunos estão a reagir, estão a modificar as suas estratégias, estão a modificar as suas práticas,
estão a modificar os seus recursos para dar resposta às dificuldades que foram indicadas.
Gostava de saber se, perante isto, a Sr.ª Deputada passou a valorizar o facto de a avaliação não ser para
selecionar, não ser para excluir, não ser para atirar para fora do sistema, mas ser para recuperar, ser para
enfrentar, ser para resolver, ser para melhorar.
Esta é uma pergunta muito concreta: o CDS está ou não a acompanhar a quantidade enorme de trabalho
que as escolas estão a fazer para aproveitar a aferição, para melhorar a resposta do sistema às dificuldades
dos alunos?
A outra pergunta muito concreta, Sr.ª Deputada, é sobre outra matéria a que a Sr.ª Deputada fez uma
referência na sua intervenção inicial, mas sobre a qual não disse nada de concreto: professores. O CDS repete,
variadas vezes, apesar daquilo que fez no passado quanto aos professores, que é preciso — e nós também
concordamos — valorizar os professores. Mas, Sr.ª Deputada, sobre aquilo que agora se está a discutir e que
agora está a ser decidido, o que queríamos saber, em concreto, é quais são as propostas do CDS relativamente
aos professores. É que o CDS não pode ficar por essa técnica, essa tática de falar dos professores só para
afixar a etiqueta e, depois, não dizer em concreto o que quer que se faça.
São duas perguntas muito concretas, que, penso, fazem jus à importância do tema e à relevância que o CDS
pode ter nestas matérias, embora estejamos muitas vezes de acordo quanto às respostas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.