18 DE JANEIRO DE 2018
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médicos (BE), 1238/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que proceda a um estudo de impacto do atropelamento
de animais no ecossistema e adote medidas preventivas de acordo com os resultados (PAN), 1239/XIII (3.ª) —
Aprova o código de conduta dos Deputados à Assembleia da República (PS), que baixa à Comissão Eventual
para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas, 1240/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo
que legisle para garantir que os acompanhantes de grávidas nas deslocações interilhas dos Açores tenham as
faltas ao trabalho justificadas na legislação laboral (PSD), que baixa à 10.ª Comissão, e 1241/XIII (3.ª) — Aprova
parecer sobre a proposta de decisão, do Conselho, adotando as provisões que alteram o ato relativo à eleição
dos membros do Parlamento Europeu por sufrágio universal (Comissão de Assuntos Europeus).
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Muito obrigada, Sr. Secretário Duarte Pacheco.
Quero saudar o líder do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda pelo seu regresso, sobretudo pelas razões
que motivaram o seu breve afastamento.
Sr.as e Srs. Deputados, vamos dar início à ordem do dia, com a interpelação ao Governo n.º 15/XIII (3.ª),
apresentada pelo CDS-PP, sobre políticas de educação.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O
CDS agendou para hoje uma interpelação ao Governo para debater as políticas de educação.
O meio da Legislatura é o momento certo para o balanço das decisões tomadas, para responsabilizar o
Governo pelo muito que se propôs fazer, sem conseguir, e para exigir que apresente resultados no tempo que
ainda falta.
O que não falta são notícias das preocupações quotidianas nas escolas, como é hoje o caso da escola de
Évora: a ausência de aquecimento em muitas delas; as obras e os funcionários, que continuam a tardar; as
verbas que o Ministério ainda não transferiu para pagar cursos profissionais, atividades extracurriculares ou
manuais; e, muito grave e contraditório com o que tem sido sucessivamente anunciado, em grande cacofonia,
pelas várias vozes do Governo e seus apoiantes, os professores continuam sem saber o que lhes reserva a lei
para a justa solução dos seus problemas.
Mas, antes de tudo isto, quero começar pelo mais importante, a razão de ser do sistema educativo: os alunos.
E, quanto aos alunos, há duas histórias para contar: uma, de insucesso, que, crescentemente, acaba em
abandono, e sobre a qual a política de educação do Governo tem responsabilidade; e, outra, de sucesso, que é
resultado de políticas de governos anteriores e com a qual deveríamos ser perseverantes.
É verdade que o sucesso ou insucesso depende muito da condição socioeconómica dos alunos, mas,
precisamente por isso, a escola deve ser fator atenuante desse arbítrio, e está a falhar.
Os números atuais mostram que o percurso de insucesso se revela logo desde o 1.º ciclo. A taxa de retenção
no 2.º ano é de 9%, o que significa que, cada ano, há mais de 8000 crianças de 7 anos que não estão a ser
ensinadas, nem a ler nem a escrever, nem lhes estão a ensinar os rudimentos da matemática. E a questão
fundamental não é a retenção em si mesma, a questão é o que a escola não está a fazer por estas 8000 crianças,
a cada ano.
Já no final do 2.º ciclo, aos 11 anos, mais de um em cada três alunos tem, pelo menos, uma negativa e cerca
de 7000 têm três ou mais negativas.
No 6.º ano, por exemplo, 30% dos alunos tem negativa a Matemática e, se considerarmos só os mais
desfavorecidos, a percentagem sobe para 48%. Padrão idêntico para o Inglês, a segunda disciplina com maior
insucesso.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Quem diria!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Constata-se que os alunos com estas negativas têm dificuldade em
recuperar, quer transitem de ano quer repitam o ano frequentado. Ou seja, a mera retenção não resolve
dificuldades, mas a transição facilitada também não. Exige-se à tutela medidas específicas para que as escolas
possam apoiar devidamente estes alunos.