I SÉRIE — NÚMERO 40
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O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas (Pedro Jesus Marques): — Sr. Presidente, Sr.as e
Srs. Deputados: Os fundos estruturais têm sido um dos mais poderosos instrumentos de apoio ao investimento
empresarial, à inovação e ao conhecimento, à qualificação dos portugueses e à coesão social e territorial.
Por isso, assim que chegámos ao Governo, definimos como prioritária a aceleração da execução do Portugal
2020. Passados dois anos, quando estamos sensivelmente a meio do seu período de execução, podemos dizer
que o Portugal 2020 atingiu a velocidade de cruzeiro.
Em 2017, entre todos os Estados-membros com envelope financeiro da dimensão comparável, Portugal está
em primeiro lugar na taxa de execução dos fundos estruturais.
Destaca-se o apoio ao investimento privado. Correspondemos à dinâmica empresarial com a realização de
um volume de pagamentos sem paralelo no passado, superando as metas ambiciosas que já tínhamos colocado
a nós próprios, tendo acabado 2017 com mais de 1300 milhões de euros de pagamentos às empresas.
Aplausos do PS.
Abraçamos agora um desafio extremamente exigente: a definição estratégica do País que queremos ser em
2030 e de como a política pública pode contribuir para essa ambição, tendo não apenas em conta os desafios
que se colocam a Portugal, como também os desafios estruturais a que a Europa terá de fazer face, desde logo,
o da competitividade.
A Europa, que ainda pretende tornar-se a região mais competitiva do mundo, precisa de um novo impulso
para superar o desafio da competitividade, reforçando o seu espaço nas regiões mundiais com empresas e
ecossistemas mais inovadores.
A Europa, que precisa de enfrentar o desafio demográfico, tem de construir respostas que evitem os cenários
de retrocesso populacional que se perspetivam.
A Europa não pode deixar de continuar a liderar o combate às alterações climáticas e tem de assumir
plenamente o desafio da transição energética.
Sabemos que a resposta a estes desafios tem de ser preparada num quadro europeu complexo de que é
exemplo o Brexit, que, entre outras consequências, terá um forte impacto ao nível das receitas da União
Europeia.
Sabemos que a Europa tem também novas prioridades, e há novas políticas à escala europeia, como a
segurança, a defesa ou as migrações.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Tendo presente este contexto, iniciámos a preparação da estratégia
para o desenvolvimento de Portugal na próxima década, a que chamámos «Portugal 2030». Começámos por
lançar propostas de objetivos estratégicos para o País, que discutimos com parceiros sociais, com o Conselho
de Concertação Territorial e com os mais representativos agentes económicos e sociais, de modo a obter uma
ampla variedade de contributos e a contribuir para a construção de um consenso nacional o mais amplo possível.
Dessa discussão, participada e aberta, resultou um conjunto de prioridades, que agrupamos em torno de
quatro agendas temáticas, que visam respondem aos principais constrangimentos ao desenvolvimento do País.
A primeira agenda temática coloca as pessoas no centro das suas preocupações, de modo a promover uma
sociedade mais inclusiva e menos desigual, respondendo aos desafios demográficos, mas concretizando,
igualmente, um forte investimento na melhoria das qualificações da população, combatendo, deste modo, as
desigualdades primárias. Devemos reforçar o combate ao abandono escolar e a promoção do sucesso, devemos
preparar as gerações mais novas para um mercado de trabalho que requer novas competências e temos,
também, de melhorar as qualificações da população adulta, que não pode ficar excluída do processo de
modernização e digitalização da economia. Só com uma mão-de-obra qualificada podemos incrementar a
inovação, nomeadamente a inovação disruptiva, que é hoje um dos principais vetores do desenvolvimento
económico.
A inovação constitui, pois, a segunda agenda temática que propomos, focada na transformação da economia,
por via da digitalização, e na incorporação do conhecimento nas empresas. Esta agenda articula-se em três
dimensões: uma, a inovação empresarial assente nos resultados da investigação e desenvolvimento, mas no
contexto do reforço da ligação entre o mundo empresarial e o científico, no apoio ao empreendedorismo e na
internacionalização da economia; outra, a inovação no capital humano, ancorada no apoio à formação avançada
e à formação técnica especializada, bem como na incorporação do conhecimento na atividade das empresas,