22 DE FEVEREIRO DE 2018
41
todos os anos, abaixo dos 100 milhões de euros e está apenas, apenas, em 41%. Para terem uma ideia, Srs.
Deputados, estes 41% correspondem a uma execução anual de 13,5%, a mesma que levou, imagine-se, à
exoneração da gestora em 2016, porque era necessário, à época, imprimir uma nova dinâmica no Programa.
Mais uma vez, à esquerda, o silêncio é total.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — E como está a floresta? Depois de um dramático verão de 2016, o
Governo, quiçá após consulta de um qualquer focus group, apressou-se a apresentar uma suposta reforma da
floresta, que não passou, na sua maioria, de um conjunto de alterações legislativas a diplomas já existentes,
numa atitude autista e prepotente contra tudo e contra todos.
Infelizmente, antes mesmo que essa reforma — a maior desde o tempo de D. Dinis, segundo afirmou o
Ministro da Agricultura — pudesse sequer produzir efeitos, eis que chega 2017 e Portugal vive o mais fatídico,
devastador e mortífero ano em termos de incêndios e os portugueses constatam que estavam entregues à sua
sorte.
O Governo volta, então, a fazer um conjunto de alterações avulsas aos diplomas recentemente aprovados,
porque afinal não estavam bem assim. Alterações que foram tantas e tão bem preparadas nos gabinetes dos
Srs. Ministros que nem o próprio Governo se entende e assistimos ao caricato de o Primeiro-Ministro vir
publicamente num dia dizer uma coisa para 15 dias depois se vir desdizer.
Primeiro, que cortem tudo e, depois, que cortem só o mato; primeiro, que não pode existir quaisquer árvores
50 m em redor das casas e, depois, que já podem desde que distem entre si 4 m, mas, claro, se forem eucaliptos
— essa espécie maldita, agora também secundada pelo pinheiro bravo, então têm de distar 10 m.
E porquê, perguntam os Srs. Deputados? Porque sim, porque alguém nos gabinetes entendeu que era assim
sem consultar os especialistas, que dizem que é um erro.
Entretanto, em inúmeras aldeias por esse País fora foram muitos os que cortaram árvores de fruto dos seus
quintais.
Para concluir, direi, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que a agricultura, o mundo rural e o setor agroalimentar
são uma potencialidade para o território, indispensáveis ao desenvolvimento do País.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Esgotou o seu tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Estou a terminar, Sr. Presidente.
No CDS, defendemos, por isso, um mundo rural com lugar para todos, para os mais competitivos e para os
mais pequenos que ocupam o território e prestam serviços de agrossistemas.
Os agricultores portugueses são empreendedores, inovadores e sabem há muito que não podem contar com
esta maioria, que não podem contar com este Governo das esquerdas unidas.
O CDS, em matéria de agricultura, diz «presente», e diz «presente» com coerência. O que defendemos hoje
é o que fizemos ontem e o que projetamos para amanhã.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, inscreveram-se quatro Srs. Deputados para pedir
esclarecimentos. Como é que deseja responder?
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Em grupo de dois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Muito bem, Sr. Deputada.
Assim sendo, para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Castro, do PS.
O Sr. João Azevedo Castro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Patrícia Fonseca,
aproveito a oportunidade para felicitá-la pelo tema que nos trouxe.