I SÉRIE — NÚMERO 51
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O Sr. André Silva (PAN): — Porque as pessoas o querem!
O Sr. António Ventura (PSD): — Ou seja, essas campanhas negativas, difamatórias não atingem só os
produtores, mas atentam também contra Portugal, e é isso que é preciso dizer. Essas campanhas atentam
contra a economia e o crescimento de Portugal, e contra isso nunca nos vamos render.
Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.
Não nos vamos render à demagogia, não nos renderemos ao populismo, nunca iremos render-nos a esta
forma de agir, que afeta negativamente Portugal. É isso que hoje está em causa: há os que querem o bem de
Portugal e os que querem o mal de Portugal e que, por inveja, não aprovam estas iniciativas.
Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — E com esta conclusão apoteótica do terceiro ponto da nossa ordem
de trabalhos, vamos prosseguir, passando ao quarto ponto, que consiste na discussão do projeto de resolução
n.º 1266/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que dê início ao processo de rescisão do contrato de concessão
de Serviço Postal Universal notificando a CTT — Correios de Portugal, SA, de incumprimento grave (BE),
juntamente com, na generalidade, o projeto de lei n.º 780/XIII (3.ª) — Estabelece o regime de recuperação do
controlo público dos CTT (PCP) e com o projeto de resolução n.º 1342/XIII (3.ª) — Reversão da privatização dos
CTT (Os Verdes).
Para apresentar a iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Heitor Sousa.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, o Sr. Deputado Heitor Sousa teve um ligeiro atraso na
chegada, pelo que peço o favor de passar ao grupo parlamentar seguinte.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Com certeza, Sr. Deputado.
Tem, então, a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, que está presente e disponível para apresentar a iniciativa
legislativa do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A situação da empresa CTT e do serviço
público de correios continua a degradar-se a um ponto cada vez mais insustentável.
Depois de tudo o que aconteceu, eis que surgem agora novas ameaças de encerramentos, de
agenciamentos, de desmantelamento do serviço postal. É preciso dizer «basta!» e colocar um ponto final nesta
operação inqualificável que está a ser desenvolvida.
Nos últimos meses, a luta dos trabalhadores e das populações colocou no centro da vida nacional a
necessidade da defesa do serviço público postal e dos CTT. Daqui saudamos os trabalhadores e as populações
em luta, pela sua ação persistente e combativa, pelas inúmeras iniciativas, de norte a sul do País, contra o
encerramento de estações de correios, contra a degradação do serviço postal, contra a privatização e pela
gestão pública dos CTT.
Saudamos, ainda, a manifestação nacional promovida pelas organizações representativas dos trabalhadores
dos CTT, que decorrerá amanhã, em Lisboa.
É com essa luta e com essa exigência de uma resposta concreta, verdadeira, consequente, que faça
regressar os CTT à esfera pública, que o País irá recuperar os Correios como ferramenta estratégica para a
economia e o desenvolvimento.
Vai ser preciso reconstruir serviço público postal, reabrir estações de correios, reforçar a estrutura
operacional, recrutar trabalhadores e garantir-lhes direitos, condições de trabalho, futuro. Trazer os CTT de volta
para o setor público coloca-se hoje como questão incontornável, e vai continuar a colocar-se, por mais que
alguns o tentem ignorar, e a partir daí vai ter de avançar o trabalho de reconstrução do serviço público.