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24 DE FEVEREIRO DE 2018

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O Sr. Luís Vales (PSD): — Mas não pagam!

A Sr.ª Elza Pais (PS): — E vocês pagavam?!

O Sr. António Sales (PS): — Hoje, o SNS presta melhores cuidados. Hoje, os portugueses têm mais

confiança no SNS.

Aplausos do PS.

Sr. Ministro, queria colocar-lhe uma primeira questão: quais os principais desafios para esta segunda metade

da Legislatura e, em concreto, o que está previsto para melhor organizarmos os serviços públicos no setor da

saúde?

Aplausos do PS.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde.

O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, o principal desafio para a segunda metade da

Legislatura é, em primeiro lugar, cumprir rigorosamente o Programa do Governo. É essa a nossa obrigação

perante o Parlamento, é essa a nossa obrigação perante o País.

Sr. Deputado, é preciso resistir a uma fabricação de ruído permanente que procura desvalorizar o que foi

feito, procura escamotear a realidade atual, para, de certa maneira, contribuir para que a opacidade da memória

se mantenha e para que façamos de conta que houve uma espécie de branqueamento ou de amnésia

retrógrada, que faz com que nos esqueçamos do que aconteceu entre 2011 e 2015. Dizem-nos sempre «mas

havia circunstâncias extremas». Pois havia, mas as escolhas também foram extremas e foram ao arrepio do

que o próprio Memorando previa.

Como o Sr. Deputado referiu, e muito bem, nós estamos numa trajetória de recuperação financeira, de

sustentabilidade do SNS. Dos 1000 milhões subtraídos, já recuperámos 800 milhões. É suficiente? Não é. Não

é porquê? Porque estamos em expansão: em expansão de recrutamento, em expansão de alargamento de

serviços, em expansão de investimento e em expansão de atividade.

Curiosamente, não se fala aqui do brutal agravamento das taxas moderadoras que afastou tantos

portugueses do SNS entre 2011 e 2015!

Agora que temos a maior vinda de portugueses ao SNS, continuamos a apostar em mais acesso, em coisas

tão simples como a comparticipação para os medicamentos que promovem a cessação tabágica, como a

comparticipação das bombas de insulina, como o acesso à inovação terapêutica no cancro, no VIH, e, como já

aqui referi, o tratamento dos cidadãos privados da liberdade.

Estes são aqueles pormenores de que a oposição não fala. A oposição fala dos pormenores do caso, daquilo

que é o jornal do dia, não fala daquilo que é a aposta na qualidade de vida das pessoas, dos profissionais e dos

cidadãos.

Sr. Deputado, temos dois anos pela frente, em que a nossa obrigação, como eu sempre aqui disse, é deixar

o SNS muito melhor do que o encontrámos, e para quê? Para servir os portugueses e para que os profissionais

que nele trabalham se sintam motivados e se sintam, de facto, orientados para um projeto profissional

compensador.

Já falei aqui da reforma dos cuidados de saúde primários. A nível hospitalar, estamos a investir nos centros

de responsabilidade integrada, nos mecanismos de gestão intermédia autónoma para que os hospitais possam

fazer mais, melhor e com mais motivação daqueles que neles trabalham.

Na rede nacional de cuidados continuados integrados temos hoje cerca de mais 1000 respostas, nunca a

rede nacional de cuidados integrados teve tanta resposta: em cuidados paliativos, pediátricos e de adulto, em

saúde mental. Esta é a realidade que afasta o espectro da retórica virtual e daquele exercício de assustar, de