I SÉRIE — NÚMERO 52
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O Sr. Ministro da Saúde: — No final do ano passado, foi feita a transferência da dotação centralizada de
400 milhões e foi feita a titulação do capital estatutário de 500 milhões de euros nos hospitais EPE e está
previsto, como aqui foi dito, um segundo reforço a nível de capital estatutário de 500 milhões de euros.
Sr.ª Deputada, quanto à questão de a senhora vir fazer política recorrendo a agentes externos, que, em tese,
não têm uma vocação política, apenas lhe faço notar que cada vez se afigura mais perigosa esta mistura entre
bastonários e política e política e bastonários.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — É uma chatice!
O Sr. Ministro da Saúde: — Olhe que não corre nada bem, Sr.ª Deputada! Não corre nada bem e eu
recomendo-lhe que faça política no Parlamento comigo, porque, aqui, somos agentes políticos,…
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Responda àquilo que lhe pergunto!
O Sr. Ministro da Saúde: — … não use como muleta agentes que supostamente não são políticos. Aliás,
por experiência própria, deveria saber que isso comporta algum risco.
Aplausos do PS.
Finalmente, sobre a pediatria em Coimbra, Sr.ª Deputada, devo dizer que o que vai ser criado em Coimbra
pelo nosso Governo é o que não existe. Nunca houve em Coimbra uma unidade de queimados pediátricos.
Havia, sim, duas camas dedicadas a esse fim, e nós vamos criar a unidade de queimados pediátricos em
Coimbra. Coimbra, justamente pela sua posição no território e pela qualidade do centro hospitalar que tem,
justifica tê-la e irá tê-la.
Aplausos do PS.
Quanto à questão do resguardo, devo dizer-lhe uma coisa, Sr.ª Deputada: se há uma coisa de que ainda não
se apercebeu é que o Ministro da Saúde é tudo menos receoso, tem muito pouco receio senão não estaria na
vida pública, nem seria Ministro da Saúde, seria outra coisa qualquer.
Portanto, a ideia de que me resguardo porque há contestação é manifestamente exagerada. Basta a senhora
ver as notícias e ver a minha agenda para saber que ando todos os dias na rua, seguramente mais exposto que
V. Ex.ª, e com todo o gosto.
Finalmente, imagino que a Sr.ª Deputada não tenha formação específica em economia, eu também não, a
minha licenciatura não é em economia, mas fui aprendendo, e já me explicaram o que é «categorizar» e
«circularizar». E há uma coisa que é certa, Sr.ª Deputada, visa, justamente, fazer aquilo que importa, que os
fornecedores que estão há mais tempo em atraso sejam os primeiros a ser ressarcidos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para replicar, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ângela Guerra.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, perante as respostas que o senhor
nos deu e os termos que utilizou, digo-lhe o seguinte: utilizar termos como «vulgaridade», relativamente ao que
referi sobre as suas graçolas, é, no fundo, Sr. Ministro, chegar a um nível que já não merece resposta.
Protestos do PS.
A sua obrigação, enquanto Ministro, é a de responder aos Deputados — é para isso que o senhor aqui está
— e a legitimidade é a que eu tenho e que o povo me conferiu. A sua obrigação é responder-me, Sr. Ministro,
goste ou não goste da forma como lhe coloco as perguntas.