I SÉRIE — NÚMERO 52
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promover uma cultura de mentira e de não correspondência com a verdade, para que os portugueses se agarrem
não à realidade mas a uma perceção.
É este o nosso desafio, Sr. Deputado.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, de novo, a palavra o Sr. Deputado António Sales para uma
réplica.
O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, com a mudança de ciclo do PSD
esperávamos da nova liderança uma nova abordagem na avaliação da realidade do SNS, mais rigorosa e
produtiva no domínio dos contributos.
Mas a dúvida, Sr. Ministro, para não dizer até desilusão, instalou-se quando ouvimos o novo líder do PSD,
no passado domingo, no seu discurso de propósito político, oferecer uma penúria de soluções, algumas
banalidades e, sobretudo, apresentar um velho retrato datado do final de 2015, tal era a coincidência da situação
com a descrita herança deixada pelo Governo PSD/CDS.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. António Sales (PS): — Dizia então o novo líder: «Falta de recursos humanos! Desertificação de
médicos para o interior do País!»
Vozes do PSD: — E é verdade!
O Sr. António Sales (PS): — «Défice de investimentos!».
Vozes do PSD: — E é verdade!
O Sr. António Sales (PS): — Ó Srs. Deputados do PSD, ele traçava o verdadeiro retrato, do final de 2015,
do Governo PSD/CDS. Este era o vosso retrato!
Aplausos do PS.
Protestos de Deputados do PSD.
Agora, Srs. Deputados, temos: incentivos a médicos para o interior; 30 milhões para centros de saúde em
Lisboa; contratação de 7500 novos profissionais; Portugal está entre os 20 países com menos mortes de recém-
nascidos! Ó Srs. Deputados, este é o verdadeiro retrato deste Governo do PS.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Por isso, fica a dúvida, Sr. Ministro, se o PSD, em matéria de SNS, evoluirá da atual oposição política, caótica,
desorientada…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira terminar, por favor.
O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, peço-lhe uma tolerância.
Como eu dizia, Sr. Ministro, fica a dúvida sobre se o PSD, em matéria de SNS, evoluirá da atual oposição,
caótica e desorientada, para uma nova atitude de oposição, responsável e colaborativa, ou, se pelo contrário,
continuará a competir com o CDS focado no bota abaixo, sempre baseado em qualquer notícia especulativa e
demagógica.