I SÉRIE — NÚMERO 52
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Nessa avaliação, estamos no encarnado no que diz respeito: ao, problemático, acesso direto a consultas
com médicos especialistas; aos elevados tempos de espera para exames de diagnóstico e terapêutica em
situação não aguda;…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — … à extrema dificuldade de acesso a cuidados de saúde dentária, aliás,
estamos no segundo pior lugar, atrás de nós só está a Letónia; à elevada taxa de cesarianas; à elevadíssima
prevalência de infeções hospitalares resistentes aos antibióticos mais comuns — também aqui estamos no
segundo pior lugar, atrás de nós só a Roménia.
Sr. Ministro, estamos no amarelo, e são situações consideradas muito graves, no que respeita a uma enorme
dificuldade no acesso a médicos de família e a lares de idosos, bem como a cuidados continuados.
O Sr. Ministro continua a querer dizer-nos, com a sua propaganda, que estamos a melhorar?! Não, Sr.
Ministro, estamos a piorar, e isto de acordo com dados objetivos e internacionais revelados por uma organização
não-governamental.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde, Adalberto
Campos Fernandes.
O Sr. MinistrodaSaúde: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, faço-lhe um desafio: arranje
disponibilidade para se sentar comigo a ler o relatório em conjunto, para podermos de facto fazer uma análise
dele, porque a Sr.ª Deputada não deve ter lido o mesmo relatório que eu.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Li, com certeza!
O Sr. Ministro da Saúde: — A Sr.ª Deputada omite factos relevantes, mas isso deve ser propaganda. Dizer
que estamos à frente do Reino Unido, de Espanha e de Itália é, seguramente, propaganda. O facto de estarmos
em 14.º lugar, onde Portugal, na área da saúde, está melhor do que, infelizmente, em outras áreas em que não
estamos tão bem, também é propaganda. O facto de a Euro Health Consumer Index ter mudado os indicadores
e a pontuação, o que permite esse tipo de leitura que a Sr.ª Deputada fez, também deve ser propaganda.
Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, vamos por partes: tudo aquilo que é real, factual e comprovável é propaganda.
Aliás, saúdo-a pela delicadeza que teve de elogiar o Sr. Deputado António Sales.
Aplausos de Deputados do PS.
Segundo a Sr.ª Deputada, tudo o que não é real, que é perceção ou que é vindo de uma outra entidade
qualquer que não o Governo é a realidade.
Sr.ª Deputada, não fiz nenhuma crítica por a Sr.ª Deputada ou ao CDS se colarem à agenda das ordens
profissionais. Aliás, isso é normal até por razões que se compreendem e que são do conhecimento público.
Agora, acho é pouco!
Era bom que, para além daquilo que é a agenda reivindicativa de qualquer um de nós — a começar,
seguramente, pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que ouve com preocupação os profissionais, sejam
os sindicatos, sejam as ordens —, percebêssemos qual é o fio condutor do programa político para a saúde do
CDS. É que eu também tenho alguma dificuldade, ao fim de dois anos, em perceber, e é isto, Sr.ª Deputada,
que eu gostaria muito de discutir consigo.
Quanto à qualificação da informação, é o seguinte: se gostamos da informação, ela é verdadeira e factual;
se não gostamos, é propaganda.
Sr.ª Deputada, uma coisa eu lhe deixo como garantia: continuaremos a informar os portugueses do que
estamos a fazer, e, como lhe digo, vai ser um prazer prestar contas em outubro de 2019 e comparar o
comparável com o comparável.