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I SÉRIE — NÚMERO 52

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Protestos do PSD.

O que vos dói, efetivamente, é que os senhores espatifaram a economia,…

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

… os senhores espatifaram o emprego, os senhores deixaram as pessoas a viver em condições deploráveis,

com implicações na saúde que o senhor, enquanto médico, conhece.

Então, agora, fazemos de conta que os senhores não tinham um «PIBzinho», um PIB que deixou o País de

rastos?! Nós estamos a fazer o que nos compete, temos o maior volume de despesa pública do País e, agora,

fazemos aqui um malabarismo contabilístico, dizendo que, afinal, como o PIB está a crescer, a despesa não

chega?!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco

de Esquerda, o Sr. Deputado Moisés Ferreira.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, disse, há pouco, ao Grupo Parlamentar

do Bloco de Esquerda, que não há nenhum tipo de limitação no que toca à contratação de profissionais, por

exemplo, em caso de substituição por ausência temporária ao trabalho, mas não é verdade, porque há limitação

e são os administradores dos hospitais que o dizem. Não virá o Sr. Ministro dizer, certamente, que os

administradores dos hospitais públicos não conhecem a realidade do seu próprio hospital.

Mas a boa notícia é que, com a iniciativa que o Bloco de Esquerda apresenta hoje, a ser aprovada na

Assembleia da República, deixará de haver esse tipo de limitação.

Gostava de lhe colocar uma outra questão, que tem a ver com o seguinte: o Sr. Ministro também disse, há

pouco, que os privados perderam capacidade de absorção de profissionais. Gostávamos que isso fosse assim,

mas duvidamos de que assim seja, porque a verdade é que a capacidade de absorção de recursos públicos

continua a aumentar nos privados e o financiamento público dos privados também continua a aumentar.

Dados relativos a 2015 diziam que 51% dos hospitais privados eram financiados com dinheiro público. Mas,

se formos ver os dados de 2016, verificamos que, por exemplo, diminuiu o número de camas públicas na rede

nacional de cuidados continuados e aumentou o número de camas no privado, inclusivamente das instituições

privadas com fins lucrativos, tendo aumentado também a despesa com convencionados, privados, para realizar

meios complementares de diagnóstico, a qual, em 2016, chegou quase aos 400 milhões de euros.

Por isso, Sr. Ministro, faço-lhe uma pergunta muito concreta: qual é o racional de estarmos a encerrar 54

camas de internamento no Hospital Pulido Valente para as entregar à Santa Casa da Misericórdia, que vai

explorar camas da rede nacional de cuidados continuados? É ou não aumentar a capacidade de absorção dos

privados?!

Faço-lhe uma outra pergunta, Sr. Ministro: por que razão é que o Hospital Pulido Valente vai encerrar o seu

serviço de imagiologia às 15 horas e 30 minutos? Foi distribuída uma circular no Pulido Valente, dizendo que o

Serviço de Imagiologia deixa de funcionar a partir das 15 horas e 30 minutos, todos os dias. Isto é ou não

continuar a passar para privados uma série de exames complementares de diagnóstico?! É ou não continuar a

aumentar a capacidade de absorção dos privados, o financiamento público dos privados, prejudicando aquele

que é o orçamento do Serviço Nacional de Saúde?!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro da Saúde.