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I SÉRIE — NÚMERO 56

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A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Alguns trabalhadores ainda se mantêm no posto de trabalho, outros aguardam

em casa e outros foram despedidos. É grave, é muito grave!

É bom que esteja atento, Sr. Deputado José Moura Soeiro. É bom!

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — A senhora é que não diz nada de jeito!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — É grave, é muito grave a atuação de um Governo que diz querer integrar mas

depois despede.

É grave, é muito grave a atuação de um Governo que anuncia um plano de combate à precariedade…

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Os senhores foram contra!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … mas, afinal, aumenta a precariedade.

Vejam que o estudo do Observatório das Desigualdades, divulgado hoje, refere que temos hoje mais

precariedade, a mais elevada dos últimos 15 anos.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Ah! Disso já não se lembram!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — É grave, é muito grave o País ter um Primeiro-Ministro que, em todos os

debates quinzenais, sob a ameaça da Deputada Catarina Martins e do Deputado Jerónimo de Sousa, continua

a prometer a integração a cada um dos 31 957 trabalhadores que apresentaram requerimento, sem nunca,

nunca se ter referido aos impactos orçamentais nas contas públicas.

Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Muitos dos bolseiros, os estagiários, os trabalhadores nos

contratos de emprego-inserção, estiveram e estão a ser pagos por financiamento comunitário e a sua integração

terá de ser agora suportada pelo nosso Orçamento. Nada contra! Mas o Governo tinha de ter feito as contas e

não as fez!

Mas, Sr.as e Srs. Deputados, em boa hora, quando o PSD alertava para este impacto orçamental, para a

ausência de um verdadeiro diagnóstico de necessidades de pessoal na Administração Pública e para as falsas

expectativas que estavam a ser criadas aos trabalhadores, diziam que estávamos contra a sua integração.

Mentira! Aguentamos bem com esse rótulo! E hoje, hoje os trabalhadores têm a prova de que os nossos alertas

faziam sentido.

O Governo quer dizer que não há dinheiro para suportar a integração de grande parte destes trabalhadores,

há atrasos, os concursos não foram lançados em janeiro, como prometido, e estes partidos preparam-se também

para atribuir a culpa aos sindicatos que fazem parte das comissões de avaliação bipartida,…

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — É isso mesmo! Bem lembrado!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … que estão a tratar de dar resposta aos requerimentos dos trabalhadores.

Sr.as e Srs. Deputados, não acompanhamos, de todo, qualquer tentativa de acusação neste sentido e iremos

denunciá-la, pois desde o início que os representantes dos trabalhadores reclamavam a falta de informação

para análise dos processos e reclamavam a falta de uniformização de procedimentos entre as diversas

comissões de avaliação.

Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Os dirigentes dos serviços não foram devidamente

envolvidos neste processo e os receios são evidentes. O dirigente receia a presença do trabalhador com vínculo

precário e o trabalhador, por sua vez, receia que o dirigente não o considere para vir a usufruir da integração.

O dirigente atesta a precariedade e as comissões de avaliação, a seguir, respondem ao trabalhador negando

essa condição. Vejam lá, Srs. Deputados, a contradição disto!

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Está a falar de quê?!

A Sr.ª Carla Barros (PSD): — E é isto! O Governo fez imperar a falta de clareza, a falta de objetividade e a

falta de transparência em toda a linha do processo.