8 DE MARÇO DE 2018
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Deputados que apoiam este Governo! —, sabem qual foi a evolução dos contratos temporários desde o quarto
trimestre de 2015 até ao dia de hoje? Sabem, Srs. Deputados? Houve mais de 12 000 contratos a termo!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Não querem dizer nada?!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Ou seja, Sr.as e Srs. Deputados, não só não integram os
precários, como diziam que iam fazer, como estão a avolumar os precários na Administração Pública e fecham
os olhos a essa realidade, porque não querem ver.
Aplausos do CDS-PP.
Sr.as e Srs. Deputados — e termino, Sr. Presidente —, o Bloco de Esquerda anunciou ao País, em cartazes
espalhados, que ia «virar a página da precariedade». Pois nós ouvimos hoje, aqui, a confissão de que não estão
a conseguir virar a página da precariedade.
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Ouviu mal!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Pelo contrário, a precariedade está a agravar-se, como disse,
ainda hoje, o Observatório das Desigualdades.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Por isso, cabe-nos apenas fazer um convite ao Bloco de
Esquerda, e, já agora, ao PCP: juntem-se a nós!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Isso é que não! Fica para a próxima!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Vamos virar a página deste Governo, que é disso que o País
precisa!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Era só o que nos faltava!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Rita
Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O combate à
precariedade na Administração Pública não se esgota neste mecanismo. Aliás, existem situações que estão a
correr em paralelo aos processos de regularização de vínculos que têm de ter uma resposta efetiva.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Portanto, não aceitamos que, por um lado, se combata a precariedade com o
recurso ao PREVPAP e, por outro lado, se mantenha a contratação a termo seja no Serviço Nacional de Saúde,
seja na RTP (Rádio e Televisão de Portugal), seja na escola pública. Isso não é aceitável.
Entendemos que o PREVPAP é importante, é um momento que não pode ser desperdiçado quanto aos seus
efeitos. Devem ser aprovadas todas as oportunidades para regularizar a situação de todos os trabalhadores que
respondem a necessidades permanentes, o que não impede que todas as situações de contratação a prazo, de
falsos recibos verdes, situações de recurso a empresas de trabalho temporário para responder a necessidades
permanentes não tenham também uma resposta.