I SÉRIE — NÚMERO 56
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Protestos da Deputada do PSD Carla Barros.
E tenho um número, Sr.ª Deputada Carla Barros: neste momento, foram já reconhecidos com vínculos a ser
transformados no Ministério do Trabalho 950 trabalhadores. É um processo que se está a alterar todos os dias.
Esse número, naturalmente, compara com a ausência de regularização de vínculos precários dos anos
anteriores. Mas compara com outra coisa, Srs. Deputados: compara com os 613 trabalhadores que foram
considerados excedentários no Ministério do Trabalho pelos Governos que os senhores apoiaram.
Aplausos do PS.
Houve 603 trabalhadoras e trabalhadores que foram considerados dispensáveis porque as suas
competências não se adequavam às funções do Ministério.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E alguns com deficiência!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Relembro, Sr.as e Srs. Deputados, que
todos esses trabalhadores viram reconhecido o seu direito ao trabalho e ao regresso à Administração Pública,
assim como estes estão a ver reconhecido o seu direito a um vínculo adequado ao trabalho que desenvolvem.
Se isto é o caos, Sr.ª Deputada Carla Barros, é bem preferível ao vazio e ao prejuízo profundo para a
estabilidade e para a expectativa dos trabalhadores da Administração Pública que é sinónimo da vossa política
e das vossas opções.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, passamos à fase de encerramento desta
interpelação ao Governo.
A primeira intervenção cabe ao Bloco de Esquerda.
Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Seria fácil, porventura demasiado simples, lembrar, no encerramento deste debate, a má consciência da direita
em todo o processo de regularização de precários.
A contribuição que a direita teve, PSD e CDS, poder-se-ia resumir ao número de propostas que fizeram para
alterar, melhorar, debater este diploma: zero! Mas nem isso é verdade, porque os precários e as precárias da
Administração Pública sabem bem que, se fosse zero, pelo menos não seria tão má a vida deles.
PSD e CDS não só não quiseram regularizar as suas funções, como foram quem mais aumentou a
precariedade no Estado.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — É falso! Veja os números!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso, na sua história, está uma enorme culpa na criação de situações
de precariedade. Não espanta, então, que estejam sempre contra qualquer lei que visa reconhecer direitos,
porque a sua governação sempre foi calcando os direitos particularmente dos trabalhadores e das trabalhadoras:
cortar salários, reduzir horas extraordinárias e garantir que a precariedade se transformava cada vez em lei,
atirando para a precariedade cada vez mais trabalhadoras e trabalhadores.
Esta interpelação não foi para exigir da direita que fosse diferente daquilo que é.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Então foi para quê?!