8 DE MARÇO DE 2018
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O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Estão contra!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Repito, Sr. Deputado, estamos a favor do combate à precariedade, mas nunca,
tal como dissemos desde o início, com a metodologia que aqui foi apresentada.
Protestos do PCP.
É, sem margem de dúvida, uma metodologia técnica e juridicamente limitada, como se vai poder verificar no
futuro; é uma metodologia que não apresenta contas nem impactos orçamentais aos portugueses; é uma
metodologia que cria muitas e muitas injustiças.
Por tudo isso é que tinha, mais uma vez, de repetir o que acabei de dizer, deixando clara a posição do PSD.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Ministro do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (Vieira da Silva): — Sr. Presidente, Sr.as e
Srs. Deputados: Os partidos da oposição, em particular o PSD, classificaram este programa de regularização
de vínculos precários na Administração Pública como o caos.
Para o PSD, abrir um processo de regularização de vínculos precários fortemente participado pelos
trabalhadores da Administração Pública, com comissões bipartidas, com a presença dos sindicatos, com o
direito de todos os trabalhadores da Administração Pública a entregarem o seu requerimento para verem
avaliada a situação é um caos.
O PSD, como a oposição em geral, prefere, a este caos, o vazio. Se nos dermos ao trabalho — é certo que
é um trabalho de revisitação histórica — de ler com atenção o programa que ambos os partidos, PSD e CDS,
apresentaram a esta Assembleia e que foi chumbado, não encontramos uma única referência ao combate à
precariedade na Administração Pública.
Aplausos do PS e do Deputado do BE José Moura Soeiro.
Pesquisar as palavras «precário» e «trabalhador do Estado» ligadas tem um resultado — há instrumentos
para fazer essa busca, como os Srs. Deputados sabem — zero! Os Srs. Deputados e os partidos que aqui
representam não tinham nenhuma intenção de combater, de contrariar a precariedade na Administração Pública.
A Sr.ª Inês Domingos (PSD): — Isso é falso!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — E não tinham porque a política que
sempre defenderam era de aumento dessa mesma precariedade.
Aplausos do PS.
As Sr.as e os Srs. Deputados têm aqui minimizado o trabalho que tem vindo a ser feito com exigência, rigor
e participação pelas comissões bipartidas. Têm esquecido o papel que cabe aos trabalhadores, mesmo àqueles
que não virem reconhecido o direito à transformação do seu vínculo laboral, e o direito que eles têm a poderem
apresentar um recurso em todos os níveis e em todas as instâncias. Este é um processo juridicamente forte e
não um processo juridicamente confuso.
Mas, o que conta, Sr.as e Srs. Deputados, é que há trabalhadores que estão a ver reconhecidos os seus
direitos, e são já aos milhares. Dizem aqueles que criaram precariedade como norma que são poucos, mas, Srs.
Deputados, posso dar um exemplo que é, talvez, demasiado paroquial, porque é do Ministério do Trabalho, que
conheço melhor.