I SÉRIE — NÚMERO 57
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A grande reforma que o Partido Socialista tem para o futuro, nesta matéria, é não mexer e tentar resistir aos
apelos da extrema-esquerda para, de alguma forma, reverter a reforma que foi feita e que foi muito importante.
Mas, como é óbvio, Sr. Deputado, estas matérias não dependem só da lei, dependem também, muitas vezes,
da prática dos governos. Por isso mesmo, gostava de lhe fazer duas perguntas muito focadas e que têm
exatamente a ver com esta matéria.
Sabemos que, em muitos setores industriais — como o setor do têxtil, o setor do calçado, o setor da
metalomecânica, por exemplo, o setor metalúrgico, que são grandes empregadores no País —, é muito
importante termos mais pessoas qualificadas, mais pessoas com capacitação para entrarem neste mesmo
mercado.
Por exemplo, no setor metalúrgico, que é, porventura, o campeão das exportações portuguesas, sabíamos,
desde 2016 e 2017, que ia haver uma necessidade de contratar cerca de 30 000 pessoas.
A pergunta que lhe faço, Sr. Deputado, é no sentido de saber se acha normal que, num setor como este,
que, ainda por cima, tem centros de formação de excelência — e estou a lembrar-me de um centro que o Sr.
Deputado conhece tão bem como eu —, o CENFIM (Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica
e Metalomecânica), por exemplo, tenha tido, em 2016, 21% da sua atividade operacional cativada…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, também já ultrapassou o tempo de compensação. Faça favor de concluir.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Tenho a certeza de que o Sr. Presidente me vai dar a mesma
compensação que deu a outros Srs. Deputados. Tenho a certeza de que, na sua magnanimidade, me vai dar
essa mesma compensação.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — É melhor não ter!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Perguntava eu ao Sr. Deputado Emídio Guerreiro como é que
comenta o facto de, por exemplo, o CENFIM ter tido, em 2016, 21% da sua exploração afetada por causa de
cativações e de, só em 2017, ter tido quase 3 milhões de euros do seu resultado afetado por cativações, sem
poder, nesse sentido, ter mais formação e gerar mais profissionais.
Por exemplo, como é que comenta o facto de o CDS ter conseguido, já no Orçamento do Estado para 2018,
isentar de cativações o setor da formação profissional, não permitindo que o erro que foi cometido em 2016 e
em 2017 fosse repetido em 2018?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Pedia-lhe um comentário sobre estas matérias, Sr. Deputado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Emídio Guerreiro, do Grupo Parlamentar
do PSD.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presidente, agradeço as questões levantadas pelo Sr. Deputado José
Luís Ferreira e pelo Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
Sr. Deputado José Luís Ferreira, tem razão, os números falam por si, e foi exatamente por isso que tive o
cuidado de mostrar há pouco, sem qualquer constrangimento, os números a 10 anos.
Neste momento, o orador exibiu, de novo, o gráfico sobre a taxa de desemprego (2007-2018) e o gráfico
sobre a taxa de crescimento real do PIB (2009-2018).
É que os senhores gostam muito de falar dos números, mas só a dois anos, e estas análises devem ser feitas
a 10 anos, sabe?