I SÉRIE — NÚMERO 57
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Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PS.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — É preciso que o mundo que prepara a educação se junte com o das
empresas para, antecipadamente e de forma prospetiva, podermos casar a formação com as necessidades das
empresas e esse, Sr. Deputado, é mesmo o desafio que temos pela frente.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Emídio
Guerreiro, em primeiro lugar, quero saudar o PSD pelo agendamento de hoje, porque, de facto, agora podemos
falar da economia que temos, enquanto durante a anterior Legislatura, quando muito, falávamos da economia
que não tínhamos. E o mesmo se diga quanto ao emprego: hoje podemos falar de emprego, enquanto durante
o Governo PSD/CDS do que falávamos era de desemprego.
Esta deslocação do centro da discussão faz toda a diferença, e ainda bem. Ainda bem, desde logo, porque
o diabo acabou por não comparecer. Não compareceu, mas a falta está mais do que justificada e a justificação
decorre de um dado muito simples: afinal, a devolução de rendimentos às famílias está a dar os seus frutos e
fechou a porta ao diabo. Ou seja, o diabo não veio, simplesmente, porque encontrou a porta fechada e, por mais
que custe aceitar, tinham razão Os Verdes e todos aqueles que defendiam que a austeridade imposta pelo
anterior Governo não era solução, que não era inevitável e havia alternativas às políticas de austeridade que
massacraram e infernizaram a vida às famílias durante quatro penosos e longos anos.
Sr. Deputado Emídio Guerreiro, em termos de economia e emprego, as coisas podem ainda não estar bem
e, nalguns casos, até podem estar longe do desejável, mas há, contudo, uma certeza clara e evidente, que não
deixa margem para dúvidas e que ninguém de bom senso e de boa-fé poderá desmentir: em matéria de
economia e emprego, a situação está incomparavelmente melhor do que estava no período do Governo
PSD/CDS.
É verdade que é necessário ir mais longe, e Os Verdes consideram, até, que há condições para ir mais longe.
Desde logo, porque é absolutamente indispensável uma aposta firme e efetiva no desenvolvimento da produção
nacional como forma, também, de diminuir o peso dos fatores externos no desempenho da nossa economia,
fatores esses que, como se sabe, o nosso País não domina, mas também porque é necessário olhar «com olhos
de ver» para as micro, pequenas e médias empresas, as quais assumem um papel verdadeiramente decisivo
na nossa economia, sendo também responsáveis por mais de 80% do emprego total no nosso País.
Portanto, se é verdade que é necessário ir mais longe, também é verdade que a situação da nossa economia
e do emprego está melhor, muito melhor, do que estava durante o período de governação PSD/CDS.
Deixo-lhe, desde já, o meu primeiro pedido de esclarecimento, Sr. Deputado Emídio Guerreiro: na sua
perspetiva, a situação da nossa economia e emprego está melhor do que aquela que nos deixaram, ou está
pior?
Depois, Sr. Deputado, sobre o emprego, também nos parece que os números não deixam margem para
dúvidas. Os números falam por si e nem vale a pena comparar os índices de desemprego de hoje com os índices
de desemprego durante o Governo anterior, porque é uma perda de tempo. Aliás, estará certamente recordado
de que o anterior Governo, em vez de criar postos de trabalho, passou quatro anos a semear desemprego e a
despedir trabalhadores.
Mas, Sr. Deputado, consideramos que emprego não basta, é preciso emprego com direitos.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Exatamente!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — E, nesta matéria, interessa saber qual é a posição do PSD sobre
a necessidade de se reforçar os direitos de quem trabalha. Interessa saber, por exemplo, o que pensa o PSD
da necessidade de se voltar a consagrar no nosso ordenamento jurídico-laboral o princípio do tratamento mais