9 DE FEVEREIRO DE 2018
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O que temos para dizer aos jovens para lá do imediatismo mediático? O que queremos dizer aos jovens
portugueses sobre o futuro pelo qual batalhamos por nós e por eles? Que País a 10 ou a 20 anos?!
O que tem esta maioria a dizer aos jovens que hoje estão na escola? Diz que os exames não importam, que
os querem jovens risonhos em preferência a competentes. E quando o jovem risonho perceber que este foi o
Estado que não teve a capacidade de lhe dar as ferramentas para que ele fosse melhor?
É cool dizer que os exames acabam porque as competências de cada um não carecem de avaliação? Quão
cool vai ser quando o mundo onde estes jovens vão viver e trabalhar lhes disser: «Mostra-me o que te diferencia,
as tuas competências e por que é que eu aposto em ti?» e eles se encontrarem sem as ferramentas que
merecem porque, em nome do populismo e de uma visão ideológica completamente desfasada da realidade, os
afastaram do mérito, do brio, da capacidade de demonstração das competências que lhes eram devidas.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Muito bem!
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — O PSD nunca aceitará uma visão que desincentiva a cultura do mérito!
Nós queremos, sim, que os nossos jovens tenham as ferramentas necessárias para competir porque nós,
Srs. Deputados, acreditamos neles! Nós sabemos que são tão bons ou melhores do que qualquer competição
global, e não a tememos.
O que tem este Governo e esta maioria para dizer aos jovens sobre o mercado de trabalho que os espera?
Dirão: o desemprego jovem baixa, tudo vai bem. É cool e é bom!
Que seriedade é não perceber que visão de futuro é perguntar por que é que estamos a distanciar-nos da
média europeia? O que significa isso a 20 anos, a 10 anos ou ainda mais longe? O que estamos a fazer errado
quando não assumimos um problema e não entregamos uma solução?
E sobre a realidade que nos faz adivinhar que daqui a apenas uma década estaremos a exercer profissões
que hoje ainda nem conhecemos? É cool bradar pela rigidez laboral porque é cómodo, imediatista e falacioso.
Protestos do PS e do BE.
E quão cool será quando as formas clássicas se tornarem obsoletas? De que maneira está este Governo e
esta maioria a preparar-se para garantir a proteção social que apregoam, quando se recusam a entender que a
era digital não cabe na visão estagnada que teimam em defender?
Política cool é aquela de quem enche a boca para garantir o Estado social e se recusa a debater o futuro das
pensões de velhice. É a política de quem finge que esse problema não existe e altera constantemente as regras
para uma salvação que não é possível e em que cada alteração faz cair todo o esforço nas novas gerações,
porque, quando chegar o momento de pagarem essa política e já não houver pensões para pagar pensões,
bom, quem lá estiver que resolva!
Protestos do PS, do BE e do PCP.
Cool é anunciar unidades de missão que não existem. Sério é garantir que os jovens têm condições para
construir a sua vida no sítio onde querem ser felizes e que isso não os limita a uma faixa de 20% do território do
País.
Protestos do PS, do BE e do PCP.
O Sr. Presidente: — Peço às Sr.as Deputados e aos Srs. Deputados para deixarem a Sr.ª Deputada concluir
a intervenção.
Faça favor de prosseguir.