9 DE FEVEREIRO DE 2018
19
O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Virgílio Macedo, não contem
com o Partido Socialista para continuar a política de cortar salários, que foi, durante anos e anos, a base da
política económica do PSD e do CDS.
Aplausos do PS.
Em relação aos investidores externos, o facto de termos, nos dias de hoje, os melhores dados de stock de
investimento demonstra a confiança que os investidores têm em Portugal. Exemplo disso é o investimento da
Google ou da Amazon em Portugal. É, pois, clara a confiança que os investidores externos têm em Portugal,
com dados muito superiores aos do vosso Governo.
Quero dizer-lhe também que o Programa Eleitoral do Partido Socialista era claro: as exportações eram um
modelo de crescimento económico. Talvez o Sr. Deputado Virgílio Macedo não tenha lido o programa económico
do Partido Socialista, mas ele tinha como base central do crescimento económico o crescimento das
exportações.
Protestos do PSD.
E as exportações de bens e serviços estão em 11,2%.
Sr. Deputado, bem sabemos quais são os objetivos de estarem sempre a falar da legislação laboral, mas o
Grupo Parlamentar do Partido Socialista dá todas as garantias de cumprir o que está no Programa e de fazer
tudo em conjunto com os parceiros parlamentares, assim como também com os parceiros sociais, porque estes
são um fator essencial para o crescimento económico.
Protestos do PSD.
Por isso, Sr. Deputado Virgílio Macedo, pode contar com o Partido Socialista para a estabilidade nesta
matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: O tema que o PSD traz hoje a
debate em Plenário é, com toda a certeza, importante, mas não nos engana nas suas intenções.
Não deixa de ser sintomático que uma direita escolha ignorar o seu papel na história, o seu papel na
destruição de emprego e na destruição de direitos laborais. A direita pode querer fazê-lo, mas os trabalhadores
e as trabalhadoras não ignoram e não esquecem esse mesmo papel histórico.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Importa realmente perceber o que os dados nos dizem sobre o emprego, a sua
criação e a sua qualidade. O que sabemos hoje é que a taxa de desemprego passou de 12,2% no terceiro
trimestre de 2015 para 8,1% no terceiro trimestre de 2017. E, nesse mesmo período, a taxa de desemprego
jovem passou de 32,8% para 23,5%.
Também desde que terminou o ciclo de governação de direita, foram criados 243 000 postos de trabalho,
dos quais 166 000 dizem respeito a pessoas que estavam desempregadas há um ano ou mais.
São dados positivos face à situação deixada pela governação PSD/CDS, de que ninguém se esquece, mas
ainda deixam, obviamente, muito caminho para andar.
Durante o período da troica e do Governo do PSD e do CDS, a destruição de emprego foi a regra, apoiada
na destruição de direitos laborais. As escolhas que foram feitas pioraram uma situação que já não era positiva.