I SÉRIE — NÚMERO 57
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depois do 25 de abril? As que destruíram o sistema financeiro por omissões, falta de empenho e determinação
na reforma do setor bancário?
Sr. Presidente, se estas são as políticas de direita que o anterior Governo usou e abusou, respondemos
categoricamente que não aplicamos políticas destas. O que fizemos foi mostrar que, para obter mais
crescimento, mais emprego e menos défice, era preciso aplicar um programa diferente, era preciso reverter
medidas do anterior Governo, era preciso mudar políticas e orientações económicas, sobretudo era fundamental
devolver confiança aos portugueses e dar-lhes esperança para apostarem no seu País, sejam as famílias, sejam
os jovens, sejam as empresas.
Aplausos do PS.
Portanto, Sr. Presidente, o tempo da direita passou e a direita falhou. Não vale a pena, num exercício de
malabarismo intelectual tosco, inventar contributos ideológicos ainda por cima para bons resultados concretos
que são consequências políticas claras apresentadas desde a primeira hora pelo Partido Socialista.
O crescimento económico é, portanto, o corolário destes resultados, é um crescimento robusto e sustentável,
e, neste processo, é altura de clarificar: nunca afirmámos que o crescimento económico seria puxado pelo
consumo, não está escrito em lado nenhum do nosso programa, mas também nunca negámos que o consumo
é uma peça fundamental do padrão do nosso crescimento e que ainda reflete o bem-estar dos cidadãos.
Mas aqueles que hoje estranham que o crescimento do PIB português em 2017, o maior do século, tenha
tido como motores principais as exportações e o investimento privado andavam muito entretidos com as
expetativas que o diabo criou ao longo dos últimos dois anos. Mas, para os mais atentos, os que sempre
desconfiaram dos caminhos do além, foi esse mesmo o caminho trilhado, não foi um percurso da direita com
um Governo de esquerda, mas sim uma trajetória socialista de um Governo competente.
Foi por isso que virámos a página e que tudo fizemos para estancar a saída dos portugueses e parar a queda
do produto potencial.
Mas isso, sabíamos bem, só era possível criando emprego, e para criar emprego era decisiva a existência
de um mercado interno dinâmico, com empresas confiantes e com vontade de investir, o que também só era
possível devolvendo rendimentos aos portugueses.
Foi assim, não com políticas de direita mas com rigor, sensibilidade social e sentido de responsabilidade, que
Portugal se tornou hoje um dos países europeus que mais emprego criou nos últimos anos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Mesmo que o autor do debate tenho tido a ousadia de ignorar os
factos e de esconder o comportamento económico do País, que é o reflexo do contributo notável de todos os
portugueses e de todos os agentes económicos de Portugal, não poderia deixar de lembrar aos portugueses e
aos Srs. Deputados, com orgulho e enorme satisfação, a herança que estamos a construir para o futuro de
Portugal de modo a obtermos mais crescimento, mais emprego e menos défice.
Por exemplo, estamos muito orgulhosos de que, em 2017, as exportações de bens e serviços tenham
crescido mais de 11% — cresceram quase cinco vezes mais do que em 2016.
Mas também estamos muito orgulhosos com os dados do investimento. Na verdade, o investimento
apresentou um crescimento record de 10% nos primeiros nove meses do ano anterior. Srs. Deputados, é preciso
recuar 18 anos para observar dados desta dimensão.
O orgulho é ainda maior porque o investimento cresceu três vezes mais do que o da zona euro e está acima
do crescimento registado pela Alemanha, França, Espanha, Holanda e Áustria.
Mas, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, não acaba aqui a boa performance da economia portuguesa.
Também estamos muito orgulhosos do comportamento do investimento direto estrangeiro. É verdade! Não nos
esquecemos dos prognósticos da direita, em que nenhum investidor iria investir num país governado pela
esquerda, que ninguém arriscaria a colocar o seu dinheiro em Portugal. Ouvimos de tudo e, apesar do dano que
este tipo de discurso pudesse ter causado nas opções dos investidores, os factos comprovam que o caminho
que o Governo socialista está a fazer satisfaz os investidores de fora do País, dá-lhes confiança e, por isso,
investem e investirão muito nos próximos tempos.
Parece mentira, mas ainda há mais com que nos podemos orgulhar: as contas públicas. Depois da catástrofe
social e económica provocada pelas políticas da direita, emergiu a esperança de que, para obter contas públicas