I SÉRIE — NÚMERO 58
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justifica-se enquanto houver mulheres vítimas de violência e assassinadas pelo simples facto de serem
mulheres.
Tem havido avanços, é certo, mas também tem havido recuos.
Queremos, em nome do PS, felicitar o Governo pelos importantes passos que tem dado, de que as propostas
ontem aprovadas em Conselho de Ministros são um bom exemplo. É preciso ousar, é preciso ir mais longe.
Exemplo, também, que nos vem do Secretário-Geral das Nações Unidas. Como diz António Guterres, a
igualdade de género é uma questão de direitos humanos, uma das mais importantes questões de direitos
humanos. Não é um favor às mulheres. As mulheres não querem, aliás, favores, o que querem são direitos.
Aplausos do PS.
Com António Guterres, as Nações Unidas alcançaram, pela primeira vez, a paridade de género em todos os
lugares de chefia. São estes exemplos que devemos adotar, são estes exemplos que devemos seguir, e tem
sido isso que tem feito do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Termino, Sr. Presidente, saudando todas as mulheres, pedindo-lhes que não
desistam de lutar por uma sociedade mais justa, apelo que é extensivo aos homens. As mulheres não estão
sozinhas, podem contar com o PS.
Aplausos do PS e da Deputada do PS Gabriela Canavilhas, de pé.
O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PCP gostaria, como, aliás, fez ontem, de saudar
o Dia Internacional da Mulher.
O Dia Internacional da Mulher é para se celebrar a luta de todos os dias, porque continua a ter uma enorme
atualidade assinalar o Dia Internacional da Mulher, radicando-o nas suas raízes. E nas raízes do Dia
Internacional da Mulher estiveram, por proposta de Clara Zetkin, uma dirigente comunista, em 1910, três
reivindicações centrais: as oito horas de trabalho, o direito ao voto e o trabalho igual para salário igual.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Infelizmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, passados mais de 100 anos,
continua a ter uma imensa atualidade a luta das mulheres trabalhadoras e das mulheres em geral pelo direito à
igualdade nos direitos e na família, no papel na família, na sociedade e no mundo do trabalho.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Por isso, continua a ser de uma enorme atualidade lutar contra as discriminações salariais, porque, Srs.
Deputados, as trabalhadoras da Vitrohm, uma multinacional, continuam, no nosso País, a ser discriminadas no
seu salário por serem mulheres, por ineficácia do anterior Governo, mas também do atual Governo.
As mulheres continuam a estar na primeira linha do desemprego e da precariedade; as mulheres continuam
a ser as principais vítimas de todas as formas de violência.
Por isso mesmo é que, se os direitos das mulheres foram, em primeiro lugar, uma conquista da sua luta
corajosa e determinada, também hoje as herdeiras de gerações de mulheres, e mulheres lutadoras, têm a
obrigação de continuar essa luta, que é, em si mesma, uma luta por um país mais justo e desenvolvido.
O Dia Internacional da Mulher foi assinalado por todo o País com importantes jornadas de luta, como a que
ontem aconteceu aqui, à porta da Assembleia da República, por trabalhadoras de grandes superfícies, que