10 DE MARÇO DE 2018
35
continuam a lutar não só contra discriminações salariais indiretas mas também pelo direito à articulação entre a
vida familiar, profissional e pessoal, e por trabalhadoras de muitas IPSS deste País, que continuam a ter o
trabalho extraordinário pago muito aquém do que seria necessário e que continuam, também por isso, a lutar
por um país em que os direitos dos trabalhadores continuem, todos os dias, a ser respeitados.
O PCP saúda a luta que foi travada ontem e que continuará a ser travada e apela a todas as mulheres e
homens para que amanhã, dia 10 de março, participem na manifestação dirigida pelo Movimento Democrático
de Mulheres (MDM), que partirá de Lisboa às 15 horas e que dará um contributo decisivo para o reforço dos
direitos dos trabalhadores e para um país mais justo.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada Regina Bastos.
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Comemorar o Dia
Internacional das Mulheres é lembrar que muitos progressos têm sido feitos na conquista da igualdade de
direitos entre mulheres e homens. É lembrar também que, apesar desses enormes progressos, há ainda um
longo caminho a percorrer.
Honra esta bancada as medidas adotadas ao longo destes anos pelos Governos do PSD e, em particular,
pelo Governo PSD/CDS-PP dos últimos anos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Celebrar este Dia é ter presente que os direitos humanos são direitos
básicos de todos os seres humanos, sejam mulheres ou homens.
A igualdade de géneros na nossa sociedade impõe que não ignoremos o fenómeno da violência doméstica
e que lamentemos profundamente as mortes e agressões de mulheres às mãos dos seus companheiros,
maridos e namorados.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Existem muitos desafios por cumprir. Lembro o da desigualdade
salarial, em que as mulheres portuguesas ganham menos 17,9% do que os homens, trabalham de graça 79 dias
por ano — esta é uma situação insustentável, que não honra nem dignifica a nossa sociedade.
Outro desafio é a sub-representação das mulheres em órgãos de decisão de empresas, em cargos de chefia.
Portugal está ainda muito longe da média europeia.
Outro desafio que os governos têm a obrigação de ter em conta é a disparidade entre mulheres e homens
nas pensões — as mulheres ganham menos do que os homens ao longo da sua vida ativa e as mulheres
empregadas, em especial as mães, são particularmente prejudicadas. E isto tem consequências: menor
rendimento laboral, pensão de reforma mais reduzida e mais risco de pobreza e de exclusão social do que os
homens da mesma idade.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Desafio ainda por alcançar é a justa repartição de tarefas domésticas
e a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar.
Celebrar este Dia da Mulher é confiar que todos — mulheres, homens, governos, empregadores e sociedade
civil — não irão esmorecer no propósito de acabar com as desigualdades entre mulheres e homens, porque só
assim podemos alcançar uma comunidade justa.
Aplausos do PSD.