I SÉRIE — NÚMERO 58
50
Partilhamos o objetivo de combater a precariedade do trabalho científico, incluindo a dos bolseiros de Gestão
de Ciência e Tecnologia (que são falsos bolseiros colocados nessa situação pelo anterior Governo), e,
obviamente, também queremos que a Lei n.º 57/2017, de 19 de julho, seja efetivamente aplicada. Não faria
sentido, pois, votar contra essa recomendação.
Contudo, seria enganador votar a favor de uma recomendação para fazer o que está a ser feito. É sabido
que os processos destinados a combater a precariedade, designadamente no trabalho científico, têm tomado
mais tempo do que aquele que todos desejaríamos, até por boas razões (por exemplo, alargamento de prazos
a benefício dos candidatos e cuidadosa recolha de informação caso a caso), mas isso deve-se à complexidade
e importância do trabalho em curso, que envolve um volume e uma densidade de trabalho que todos os parceiros
reconhecem. Neste caso concreto, cabe sublinhar o seguinte:
a) Todos os requerimentos apresentados por bolseiros de Gestão de Ciência e Tecnologia que exercem
funções na FCT visando a regularização dos respetivos vínculos através do PREVPAP mereceram parecer
positivo da Comissão de Avaliação Bipartida da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e encontram-se em fase
de homologação ministerial, após a qual serão abertos os respetivos procedimentos concursais;
b) Os requerimentos apresentados ao PREVPAP por bolseiros de Gestão de Ciência e Tecnologia a exercer
funções em outras instituições têm também merecido parecer positivo da Comissão de Avaliação Bipartida da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior na quase totalidade das situações.
c) A Fundação para a Ciência e Tecnologia já abriu concurso para as situações de bolseiros de Gestão de
Ciência e Tecnologia doutorados abrangidos pelo âmbito da norma transitória do Decreto-Lei n.º 57/2016,
alterado pela Lei n.º 57/2017, de 19 de julho.
Não podíamos, pois, votar a favor de uma recomendação para fazer o que já está a ser feito, ignorando o
texto do projeto de resolução esse facto.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista votou contra o projeto de resolução 1358/XIII (3.ª) — Contratação
e integração dos bolseiros de Gestão de Ciência e Tecnologia. Efetivamente, discordamos da recomendação
para a criação de uma carreira e tabelas remuneratórias específicas para as funções de Gestão de Ciência e
Tecnologia, uma vez que se trata de funções correspondente a funções já previstas na carreira geral de técnico
superior, pelo que não existe qualquer justificação para a criação de uma nova carreira especial para estas
situações. Aliás, esta iniciativa, ainda para mais neste momento, só poderia prejudicar e introduzir incerteza no
processo em curso, visando terminar com a precariedade laboral das pessoas que desempenham essas
funções.
Os Deputados do PS, Porfírio Silva — Susana Amador.
———
Relativas aos projetos de resolução n.os 1313 e 1329/XIII (3.ª):
No que concerne ao projeto de resolução n.º 1313/XIII (3.ª), o Grupo Parlamentar do PCP reconhece os
extensos problemas que estão colocados aos produtores de castanha, em função do prolongado período de
seca que o País ainda vive.
Entretanto, o Grupo Parlamentar do PCP votou contra por entender que a promoção de regulamentação de
seguros especiais para a cultura da castanha não apenas não responde às necessidades dos pequenos e
médios produtores, por não dar respostas imediatas à situação de fraca produção devida à seca para este ano,
como apenas corresponde à ideia de assegurar às seguradoras novas fontes de receita.
O PCP defende a existência de um seguro público, comparticipado ou não por fundos comunitários, para
garantir o rendimento dos agricultores sempre que a sua produção seja destruída por causas naturais
(intempéries, seca, incêndios, etc.).
O Deputado do PCP, João Dias.
——