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I SÉRIE — NÚMERO 60

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Não, não!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … espero que os primeiros sejam esses trabalhadores que estão à

espera de uma resposta concreta porque foi o Governo que criou perspetivas a esses milhares de trabalhadores.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, em primeiro lugar, ainda me

corrigi, quando disse à Sr.ª Deputada Catarina Martins que seria a primeira, dizendo que seria das primeiras.

Por acaso estava a olhar para o olhar fulminante do Sr. Deputado Carlos César,…

Risos.

… que, às vezes, não gosta de que se pense que falamos mais com o PCP, com Os Verdes e com o Bloco

de Esquerda do que com o PS.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Não é possível!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa será também, seguramente, dos

primeiros a saber qual é a nossa posição. Se quisermos até alterar a metodologia de trabalho e, assim, sabermos

todos ao mesmo tempo, pela minha parte, estou totalmente disponível, pois eu nunca insisti numa metodologia

de trabalho deste tipo.

Quanto à legislação relativamente ao fundo de pensões, temos esse compromisso; já demos o primeiro

passo, muito importante, e estamos disponíveis para continuar a dar os passos seguintes. No entanto, como

sempre temos dito, esse passo, no sentido da justiça, não pode desacompanhar a necessidade de mantermos

e assegurarmos a sustentabilidade futura do nosso sistema de segurança social. Isto porque a sustentabilidade

futura do sistema da segurança social é a maior garantia que podemos ter contra a ofensiva das direitas

relativamente à segurança social. Por isso, temos de dar este passo sem desequilibrar o sistema.

Felizmente, a economia tem reagido bem ao conjunto de medidas que temos adotado, nomeadamente para

a reposição de rendimentos, para a devolução de confiança, para que haja investimento, e para uma diminuição

significativa do desemprego. E, por isso, temos hoje uma segurança social mais sustentável do que tínhamos,

e é nesta trajetória que temos de nos manter, mas não podemos romper esse caminho, o de ir alargando o

espaço da justiça, sem sacrificar a base de sustentabilidade da segurança social.

Quanto à legislação do trabalho, sabíamos que havia matérias sobre as quais estávamos em divergência e

outras sobre as quais estávamos de acordo. Sobre as que estávamos de acordo e que constam do Programa

do Governo, a discordância era contra o timing, porque tínhamos anunciado de que as apresentaríamos no

próximo dia 23 — houve partidos que optaram por não se sujeitar à votação, houve outros que o fizeram. Mas

o essencial é que o que consta do Programa do Governo venha, efetivamente, a ser aprovado em matéria de

contratação coletiva, em matéria de garantia dos direitos individuais, em matéria de horários e em matéria de

combate à precariedade. Esta matéria consta do Programa do Governo e iremos, naturalmente, dar-lhe

execução.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, de novo, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, bem poderiam ter votado a favor,

na generalidade,…