17 DE MARÇO DE 2018
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generalidade», essa afirmação foi verdadeiramente reveladora e esclarecedora, não sobre os impostos mas
sobre o PSD e o seu posicionamento.
Senão, vejamos: a redução do pagamento especial por conta, conquistada por proposta do PCP, veio
beneficiar mais de 100 000 empresas. A derrama estadual, que tanta indignação provoca ao PSD, aumentou os
impostos para 70 empresas, que têm mais de 35 milhões de euros de lucros.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Com que escalão?
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É a isto que o PSD chama «generalidade»! O amor é tal pelos grandes grupos
económicos que não têm olhos para mais ninguém! Quando a vossa generalidade são as 70 maiores empresas,
estamos conversados, Srs. Deputados!
Aplausos do PCP.
Nós preferimos propor soluções para beneficiar, aí, sim, a generalidade do tecido económico do nosso País,
a sua imensa maioria, que são as micro, pequenas e médias empresas. Por isso, perguntamos ao Governo,
muito concretamente, qual é o ponto de situação do processo de extinção do pagamento especial por conta,
que foi aprovado, e está em vigor, pela Lei do Orçamento do Estado para 2017, por proposta do PCP — artigo
197.º, n.º 2.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mais essa!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Nós não falamos de desincentivo ao pagamento especial por conta (PEC),
falamos de extinção do PEC até 2019. Por isso, é preciso saber em que pé se encontram os processos de
criação dos coeficientes técnico-económicos, que permitem substituir e extinguir este regime amplamente
considerado como algo que deve desaparecer, exceto para o PSD e o CDS que, enquanto Governo, não
permitiram que tal acontecesse.
Qual é o ponto de situação relativamente à concretização e cumprimento dos artigos 291.º e 241.º do
Orçamento do Estado, no que toca à extinção da revisão legal de contas a pequenas empresas, tal como foi
proposto pelo PCP? Esta é uma medida que beneficia largamente aqueles que hoje, no dia a dia, são
confrontados com despesas, com custos de contextos e com burocracias perfeitamente dispensáveis e que o
PCP propôs que fossem extintas, que a Lei do Orçamento do Estado assim aprovou e que só falta concretizar.
Qual é o ponto de situação, Sr. Secretário de Estado, relativamente à questão do imposto sobre o valor
acrescentado (IVA) para a restauração, designadamente na vertente que ficou por concretizar e que tem a ver,
nomeadamente, com as bebidas?
Estes são elementos decisivos para a vida de milhares e milhares de pequenas empresas do nosso País.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, o CDS escolheu esconder-se ao centrar o debate num
processo de reavaliação de ativos.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Esconder-se?!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Independentemente das suas consequências, há um problema no seu
raciocínio: o processo de reavaliação de ativos não impacta os impostos de 2017.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Essa é que é essa!