I SÉRIE — NÚMERO 62
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No emprego científico, os problemas continuam. O que é que o Partido Comunista fez, de concreto, para
resolver os problemas do emprego científico?
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe o favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Álvaro Batista (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
Faltam auxiliares nas escolas. O que é que o Partido Comunista fez para resolver, de uma vez por todas, o
problema da falta de auxiliares nas escolas?
Sr.ª Deputada, vamos acabar a Legislatura e continuar com os mesmos problemas. O Partido Comunista vai
ou não continuar com desculpas de mau pagador e fazer de conta que não é responsável, quando ele é um dos
principais responsáveis?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Ainda para um pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Ana Rita Bessa, do CDS.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, saúdo a Sr.ª Deputada Ana Mesquita por trazer este
tema ao Parlamento e, a propósito da sua intervenção e também da dúvida que o Sr. Deputado Pedro Filipe
Soares lançou, se este Governo estaria, de facto, a inverter a dita política de direita, quero dizer-lhe que a
resposta é muito clara: não. E está até escrita no próprio Programa do Governo, do Partido Socialista, de que
vou ler um pequeno excerto: «Nos últimos anos, a política educativa abandonou os combates mais difíceis e
urgentes: desvalorizou o combate ao insucesso escolar, enfraqueceu a qualidade do serviço público de
educação, porque diminuiu a aposta na escola a tempo inteiro, nas condições para as atividades de
enriquecimento curricular e desestabilizou o funcionamento das escolas, nomeadamente na colocação de
professores».
É quase engraçado como esta frase se mantém atual nos dias de hoje — esta frase em que o Governo do
PS acusava o Governo anterior —,…
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Não se mantém, não!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … e que responde, em parte, à pergunta sobre se houve uma inversão
assim tão grande da política — sim ou não?
A propósito desta desestabilização em relação à colocação de professores, gostaria de ouvir a opinião do
PCP, tendo em conta que o Ministro do Governo que apoiam passou da radicalidade, em 2 de novembro —
«têm a minha palavra em como lutarei radicalmente pelos direitos dos professores» —, para um
descongelamento de dois anos e dez meses, ao mesmo tempo que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista
aprovava, juntamente com os senhores, um projeto de resolução do Partido Ecologista «Os Verdes», uma
proposta de reposicionamento com base em todo o tempo, os tais nove anos, não sei quantos meses e alguns
dias.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — O CDS também queria votar a favor, mas não o deixaram!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Portanto, gostaria de perceber em que ficamos. O PCP tem acesso a
informação, tem reuniões conjuntas com o Ministério da Educação, diz-se agora mesmo irredutível neste tema,
mas o Ministro da Educação também disse, nesta semana, que esta proposta que está em cima da mesa é a
única passível de execução. Portanto, à sua maneira, também se mostrou irredutível.
Pergunto o seguinte: se ficarmos neste impasse, qual é a ilação que o PCP tirará? Ou não tirará nenhuma
de um assunto tao importante para vós, e no qual, afinal de contas, não tem nenhum peso na decisão?
Aplausos do CDS-PP.