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6 DE ABRIL DE 2018

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Penso que o Sr. Deputado Luís Montenegro pediu a palavra para interpelar a Mesa.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.

Deputados: Sr. Presidente, queria só, nesta ocasião, agradecer as suas palavras, poder retribuir-lhe a

amabilidade com que as dirigiu e, através de si, emitir uma saudação muito especial a todo o mundo parlamentar,

aos Deputados, aos membros do Governo que interagem com o Parlamento, aos assessores e funcionários do

Parlamento e dos grupos parlamentares, aos Srs. Jornalistas e a todos quantos, no decurso das sessões,

assistem aos nossos trabalhos.

Ponho hoje um ponto final a 16 anos de exercício do mandato parlamentar. Devo confessar-vos que foi uma

honra muito grande, um orgulho, um privilégio poder servir o País e também o meu partido nestas funções. Creio

poder dizer, com segurança, que saio sem deixar nenhuma inimizade mesmo em relação a todos aqueles que

desenvolvem a sua atividade nas outras bancadas.

Quero, de uma forma particular, dirigir-me àqueles que lideraram as bancadas do Bloco de Esquerda, do

Partido Comunista, do Partido Ecologista «Os Verdes», do Partido Socialista e do CDS-PP enquanto exerci essa

função no meu grupo parlamentar. Podia nomeá-los a todos, mas, se me permitissem, enviava um abraço

especial a todos eles, que partilharam com a Mesa da Assembleia a organização dos trabalhos na Conferência

de Líderes, na pessoa do líder parlamentar do CDS-PP, o Deputado Nuno Magalhães, que comigo suportou, no

Parlamento, o único Governo de coligação que, desde o 25 de Abril, conseguiu durar uma Legislatura inteira.

Portanto, nesse registo simbólico, aceitem todos, grupos parlamentares e respetivas lideranças, palavras de

respeito, de reconhecimentos pelo esforço que todos fazem em promover e proteger o interesse nacional e o

interesse dos nossos concidadãos.

Como disse há pouco, vou de consciência muito tranquila por ter dado aquilo que sabia, o melhor que sabia

e por ter encontrado em todos os grupos parlamentares e em todos os Deputados um esforço grande de

promover o bem-estar dos nossos concidadãos e o progresso e a prosperidade do nosso País.

Quero despedir-me, pedindo a todos que possam continuar, na vivacidade dos debates, a expor os seus

pontos de vista, a tentar explicar as suas posições e que possam também, para além disso, não perder o foco

naquilo que é hoje uma exigência da preservação dos princípios da democracia: a valorização dos trabalhos

parlamentares.

Esta é a Casa-mãe da democracia, é o único órgão de soberania onde está assegurada a pluralidade da

vontade política do povo, e a valorização do papel dos Deputados deve ser uma salvaguarda para o exercício

livre do seu mandato.

Peço, por isso, a todos, com muito respeito, que possam construir um regime de funcionamento político e

parlamentar que dignifique a atividade política e que resista ao populismo, porque levo comigo a convicção de

que o populismo é o pai da mediocridade e a mediocridade é a mãe da pobreza. E aquilo que desejo é que o

Parlamento procure a excelência e encontre a criação da riqueza.

Aplausos do PSD (de pé), do CDS-PP e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, não me atreverei a falar em nome de todos os meus

colegas presidentes dos grupos parlamentares aproveitando o mote dado pelo Sr. Deputado Luís Montenegro,

mas falarei, seguramente, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP e de todos os seus Deputados e

Deputadas para dizer ao Sr. Deputado Luís Montenegro que foi um privilégio para mim, durante estes anos

todos, quer, como referiu, em coligação, quer como partidos diferentes não coligados, trabalhar em conjunto,

trabalhar quase sempre ou muitas vezes convergentemente, mas também algumas vezes com divergências —

aqui entre nós, algumas públicas, outras menos, mas com divergências ainda assim —, sabendo convergir até

nessa mesma divergência e testemunhar a forma exemplar, diria, como o Sr. Deputado Luís Montenegro

desempenhou as funções em prol daquilo em que acreditava, gostando-se mais ou gostando-se menos, mas

enobrecendo assim a causa pública, com competência, com combatividade, com lealdade para com todos, como

sempre o fez, e, no meu caso, permitam-me, com amizade.