I SÉRIE — NÚMERO 68
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O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr.ª Deputada. Peço-lhe para concluir.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … porquê esta obsessão pelo setor bancário e porque é que aquilo
que dá resposta concreta à criatividade e à dinâmica deste País, porque a cultura também cria emprego, é
sempre apoiado de uma forma minúscula?!
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mesmo para terminar, Sr. Presidente, aquilo para que Os Verdes
apelam é que o Governo não nacionalize a poluição do Tejo provocada pelos privados.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr.ª Deputada. Peço-lhe, por favor, para
concluir.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — A Celtejo tem de pagar a poluição que fez, e o Governo está a
substituir-se à Celtejo nessa matéria.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É este o apelo que Os Verdes fazem diretamente ao Governo.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — O Sr. Primeiro-Ministro já não dispõe de tempo para responder, mas poderá reservar a
resposta a estas questões para o próximo tempo disponível.
Tem, agora, a palavra, para formular as suas perguntas, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, o Sr.
Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, permita-me que, em nome desta bancada, e aproveitando
o tempo de que dispomos, que é muito valioso, enderece um grande abraço de amizade ao Deputado Luís
Montenegro, agradecendo-lhe todo o trabalho de excelência que fez aqui, neste Parlamento, desejando-lhe as
maiores felicidades pessoais, profissionais e políticas.
Aplausos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, antes de entrar nas perguntas sobre cultura — era disso que queria começar por falar
consigo —, queria felicitar todos os agentes culturais em Portugal, porque bateram o pé, porque reivindicaram,
porque criticaram, porque exigiram.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — E o Governo, Sr. Primeiro-Ministro, assustou-se e aumentou a dotação
inicial que tinha para os agentes culturais. Parabéns aos agentes culturais!
Aplausos do PSD.
Em plena campanha eleitoral, o Sr. Primeiro-Ministro teve uma frase interessante relativamente às questões
da cultura. Num jantar, em que tinha uma plateia cheia de artistas nacionais, até disse: «Mais do que de um
ministério da cultura, nós precisamos de um governo da cultura. A cultura tem de estar presente, universalmente,
em todas as dimensões da vida e da atividade do Governo».
Não podia estar mais de acordo, Sr. Primeiro-Ministro, mas, com essa frase, criou um pacto de confiança
com os agentes culturais, que quebrou, face à contestação que aqui vimos.