I SÉRIE — NÚMERO 73
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O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Mais, Sr. Primeiro-Ministro, sabemos também, no que diz respeito ao
investimento público, que houve reduções drásticas por parte do seu Governo, tendo ocorrido o menor esforço
de investimento público das últimas décadas em 2016 e 2017, os dois anos da sua governação.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Mais ainda, sabemos que a carga fiscal, no ano passado, foi a mais alta
desde 1995.
Sr. Primeiro-Ministro, acha sério continuar a dizer aos portugueses que já não vivemos em austeridade?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, verifiquei ontem que o Conselho
das Finanças Públicas constatou que, afinal, as famosas cativações do ano passado foram as mais baixas dos
últimos quatro anos. E, portanto, tal como o sucesso, em 2016, não se deveu ao famosos plano B, que não
existiu, o sucesso do ano passado também não se deveu às cativações, que estiveram a um nível historicamente
normal.
Aplausos do PS.
Necessitamos de aumentar o investimento público, sim, temos de continuar a aumentá-lo. Por isso, o
Programa de Estabilidade que apresentámos prevê um reforço de 7000 milhões de euros para o aumento do
investimento público. Por isso, este ano, estamos a aumentar em 36% o investimento público em relação ao ano
passado, assim como no ano passado já aumentámos em 25% o investimento público relativamente a 2016. É
isso que estamos a fazer, é a aumentar o investimento público.
Queria, finalmente, chamar a sua atenção para que é normal que a receita suba, porque sobe por boas
razões. A receita não está a subir porque repusemos a sobretaxa do IRS que o Governo anterior tinha criado; a
receita não está a subir porque repusemos a contribuição extraordinária sobre as pensões; a receita não está a
subir porque voltámos a aumentar o IVA da restauração; a receita não está a subir por termos aumentado
qualquer imposto sobre o trabalho ou sobre o rendimento. A receita está a subir porque a economia está a
crescer, o emprego está a crescer e isso aumenta as contribuições. É isso que está a fazer aumentar a nossa
receita.
Por isso, é um aumento saudável e não um aumento assente na austeridade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, quero só dizer-lhe que os impostos
indiretos, na sua governação, aumentaram, por ano, 800 milhões de euros. Isto é um recorde de V. Ex.ª!
Aplausos do PSD.
Quero ainda dizer-lhe que as cativações traduzem-se em cortes nas despesas de funcionamento do Estado
e todos os portugueses sentem isso. Sentem isso na educação, sentem isso na justiça e sentem isso na saúde
— isto para dar só três exemplos daquilo que se passa no Estado e na resposta aos cidadãos.
A esse propósito, vamos falar sobre o Hospital de São João. Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Ministro da Saúde
referiu, há dias, que tem disponível a quantia de 22 milhões de euros para a construção da nova ala pediátrica
do Hospital de São João, a começar dentro de duas semanas.