20 DE ABRIL DE 2018
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Por último, evidentemente que seria absolutamente fundamental ter em conta que a Associação Mutualista
é neste momento dirigida por figuras cuja idoneidade para a gestão bancária já foi questionada e que todo o
negócio está a ser desenhado com a participação dessas figuras que já antes geriram a Caixa Económica, que
a colocaram numa situação delicada e que, ao que tudo demonstra, geriram um banco mutualista exatamente
pelas mesmas bitolas com que é feita a gestão privada da banca em Portugal e que foi, até agora, ruinosa, quer
para os bancos e, depois, principalmente, para o público, para o Orçamento do Estado, que foi obrigado a pagar
essas aventuras.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Anacoreta Correia para
uma intervenção.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O que aqui está em
causa são duas, e apenas duas, iniciativas que podem recomendar ao Governo a não concretização deste
negócio. Todos os grupos parlamentares poderiam ter apresentado iniciativas, mas foi apenas o PSD e o CDS
que apresentaram iniciativas nesse sentido.
Protestos do Deputado do BE Moisés Ferreira.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Porque será?
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Portanto, o que aqui está em causa é saber se as outras
bancadas viabilizam este negócio pelo seu silêncio cúmplice ou se aceitam ser contra ele, se aceitam impedir
que ele se concretize e se recomendam isso ao Governo, que é o que está em causa.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — A Santa Casa estabeleceu como critérios, primeiro, o preço
justo, e, segundo, a audição de entidades internas, da própria Santa Casa.
O que é que se verifica? Preço justo não é! Mesmo nos 18 milhões, o critério usado é o critério contabilístico
que está na Associação Mutualista e que não tem nada a ver com preço justo.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Vamos pedir uma avaliação ao Instituto Francisco Sá Carneiro!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Quanto à segunda questão, das entidades que foram ouvidas,
a Irmandade da Misericórdia de São Roque — foi dito pelo Sr. Provedor — já manifestou a sua opinião contra
este negócio, porque grande parte da população também é contra ele. E é isso que se espera desta Assembleia,
aprovando estas resoluções.
Relativamente ao projeto de lei que o CDS aqui apresentou para que, no futuro, a Santa Casa tenha de pedir
autorização ao Governo para negócios estruturais que tenham um especial impacto no seu futuro, nada foi dito.
A nossa expectativa é a de que, naturalmente, todas as bancadas reconheçam a importância desta iniciativa e
possam aderir a ela e acompanhar o CDS na sua proposta.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, a encerrar o debate deste segundo
ponto da agenda, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É natural que uma instituição que
tenha excedentes de tesouraria os aplique, e deve fazê-lo de forma a rentabilizar os capitais, até para poder