I SÉRIE — NÚMERO 74
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prosseguir a sua atividade com naturalidade e com segurança, nomeadamente, neste caso, uma atividade social
altamente relevante.
O que se põe, neste caso, em cima da mesa é um investimento de risco elevado, como hoje o Sr. Ministro
das Finanças acabou por reconhecer.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Isso é verdade!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Já não é só a dúvida! Hoje, na entrevista que o Sr. Ministro Mário Centeno
deu, ficou claro para toda a gente que estamos perante um investimento de alto risco. E aí nós entendemos que
a Santa Casa, pela sua particularidade na esfera social, não pode colocar dinheiro que pode vir a ser necessário
para salvaguardar e ajudar quem necessita em investimentos de alto risco.
Aqui bem perto, Srs. Deputados, na Estrela, em dois edifícios que eram antigos hospitais das Forças
Armadas, adquiridos pela Santa Casa para serem recuperados para cuidados continuados, as obras estão
paradas! Se tem excedentes de tesouraria e os quer aplicar, aplique-os aqui, para bem de quem necessita, em
vez de ir à aventura, pondo em causa aquilo que são os seus fins.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Esse é um problema da Santa Casa!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — E amanhã, de uma forma muito clara, Srs. Deputados, iremos ver quem
está a favor e quem está contra a aventura em que a Santa Casa quer mergulhar o seu dinheiro e o dinheiro
daqueles que mais necessitam neste País. Esperemos que o bom senso e a responsabilidade imperem nesta
Casa.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Passamos agora ao terceiro ponto da ordem de trabalhos, a
apreciação conjunta dos projetos de resolução n.os 1452/ XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a implementação
de medidas na área das doenças raras e da deficiência, promovendo maior apoio e proteção aos portadores de
doença rara e de deficiência, bem como aos seus cuidadores (CDS-PP), 1505/XIII (3.ª) — Recomenda ao
Governo a adoção de medidas na área das doenças raras e da deficiência (PAN), 1506/XIII (3.ª) — Recomenda
ao Governo a regulamentação da profissão de aconselhador genético (BE) e 1507/XIII (3.ª) — Recomenda ao
Governo medidas de apoio às pessoas com doenças raras (BE).
Para apresentar a iniciativa do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça
Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A preocupação do CDS com
as pessoas vulneráveis portadoras de deficiência e portadoras de doença rara tem-se traduzido em múltiplas
iniciativas legislativas que visam promover políticas globais, integradas e para a integração de um grupo de
pessoas cujos direitos não podem ser ignorados. Tanto na área da deficiência como na área das doenças raras,
as nossas iniciativas têm visado trazer mais e melhores respostas para um grupo significativo dos nossos
concidadãos.
Apresentamos hoje, com muito orgulho, um conjunto de mais de 30 medidas que vão desde a área laboral à
área do apoio educativo e a mais e melhores medidas de saúde para este grupo de pessoas. São medidas que,
esperamos, possam reunir, aqui, amplo consenso, que visam promover maior apoio às pessoas com doença
rara e com deficiência e também aumentar o apoio aos seus cuidadores.
No CDS, temos um percurso consistente nesta matéria e gostaríamos de recordar a recomendação para a
criação do cartão para a proteção especial dos portadores de doença rara, que foi aprovado por unanimidade
nesta Casa em 2009, e também a apresentação da estratégia integrada para as doenças raras e a identificação
dos centros de referência nacionais para as doenças raras, que foram passos relevantes neste percurso
integrativo.