I SÉRIE — NÚMERO 83
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A Sr.ª Helena Roseta (PS): — Não é isso que está escrito!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — É isto o que nos distingue da esquerda parlamentar: não executamos
políticas públicas de habitação à custa dos privados ou dos municípios, não transformamos os senhorios em
extensões da segurança social, não estamos contra os senhorios. E sim — sim, repito —, defendemos os
arrendatários, sobretudo os idosos e os debilitados. E sim, defendemos que essa proteção seja feita pelas mãos
do próprio Estado e não por imposição do Estado.
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As nossas propostas, as propostas do Partido Social Democrata, são
a pensar no País no seu todo, são a pensar na dinamização do mercado de arrendamento, são a pensar no
valor da estabilidade legislativa, são a pensar na acessibilidade social, são a pensar nos inquilinos, são a pensar
nos senhorios, são a pensar em todos os portugueses.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Não havendo mais inscrições, cabe obviamente ao CDS fazer o
encerramento deste debate. Para esse efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, antes de mais quero agradecer ao Grupo Parlamentar
do PSD pelo tempo cedido.
Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No final deste debate, creio que ficaram muito claros três tipos de
atitudes diferentes que os vários grupos parlamentares tomaram perante um problema que é grave, que é sério
e que afeta muitos portugueses.
Da parte do CDS e, também, do Partido Social Democrata, compreendendo que a realidade é dinâmica e
compreendendo que qualquer obra humana é melhorável, procurámos apresentar propostas, construtivamente,
para que, melhorando a lei, se pudesse melhorar também a vida das pessoas e resolver os problemas. Essa é
uma atitude construtiva, humilde democraticamente, de quem não acha que tem o monopólio da razão, muito
menos do coração, mas acha que há leis que podem e devem ser adaptadas à dinâmica da realidade e, assim,
apresentou as suas propostas.
Depois, tivemos a postura — de resto habitual! — do PCP e do Bloco de Esquerda, uma postura
conservadora, imobilista, em que tudo o que possa ser melhorado está mal, em que tudo o que, de alguma
forma, possa trazer inovação é no sentido de prejudicar.
A primeira das únicas duas coisas que, de facto, hoje ficam claras em relação às teses do PCP e do Bloco é
que, afinal, a famosa lei dos despejos de Assunção Cristas resultou em 0,6% dos 730 000 contratos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos da Deputada do PCP Paula Santos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — São 0,6% de 730 000. Repito, 0,6% de 730 000! Tenham vergonha,
Srs. Deputados.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sabe que isso não é verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mas há uma coisa ainda mais surpreendente: vimos, aqui, PCP e
Bloco numa defesa acérrima do vinculismo do Estado Novo e esta, sim, é a grande novidade do debate. Não
deixa de ser extraordinário, Srs. Deputados.
Protestos do BE e do PCP.