11 DE MAIO DE 2018
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Aplausos do PS.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Claro!
A Sr.ª Helena Roseta (PS): — Pergunto: os Srs. Deputados querem acabar com o Hospital de São José,
com o Hospital de Santa Marta e com o Hospital de Santo António dos Capuchos? Vão dizer isso aos lisboetas!
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado João Gonçalves Pereira.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Helena Roseta, quero
cumprimentá-la e começar por uma felicitação. A Sr.ª Deputada foi rigorosa quando disse nesta Câmara,
desmistificando aquilo que é o alarmismo social das «esquerdas encostadas» relativamente aos despejos, que
o que há é muito incumprimento e poucos despejos e o que existe atualmente é um problema na renovação dos
contratos de arrendamento. Isto foi o que a Sr.ª Deputada aqui disse, e disse-o bem.
Agora, quero dizer-lhe o seguinte: Sr.ª Deputada, tenho estado bastante atento a ouvir este debate,
nomeadamente a sua intervenção, e penso que não devemos levar o debate só para Lisboa. Mas gostaria de
lhe perguntar, Sr.ª Deputada, como é que comenta este gráfico que aqui apresento, relativamente ao mercado
de arrendamento na cidade de Lisboa.
Neste momento, o orador exibiu o gráfico que mencionou.
É que, entre 2010 e 2016 — em 2010, antes da reforma, e, em 2016, já com a reforma —, o número de
imóveis no mercado de arrendamento, em Lisboa, aumentou 60%. Ou seja, a introdução das alterações à lei,
em 2012, não corrigiu esta tendência, que já existia, de crescimento. Ou seja, aumentou-se, de 2010 para 2016,
em cerca de 60%, o número de imóveis no mercado de arrendamento.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — As pessoas serem corridas de Lisboa é um pormenor!
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Para terminar, queria também dizer-lhe o que ouvimos na
campanha eleitoral, em Lisboa, a propósito da proposta acerca dos terrenos da antiga Feira Popular. O que o
CDS propunha para os terrenos da antiga Feira Popular era a sua disponibilização para arrendamento a preços
moderados, a saber, casas T0 a 500 €, valor que podia ir, em casas T4, até 1350 €. Ora, qual não foi o nosso
espanto quando vimos que a portaria do Governo sobre as tais rendas acessíveis as colocou no escalão 7, que
é aquele escalão que se aplica a Lisboa. É que onde o CDS, nos terrenos da antiga Feira Popular, propunha T0
a 500 €, o Governo vem agora propor T0 a 600 €; e onde o CDS propunha T4 a 1350 €, vem o Governo agora
propor T4 a 1450 €. Isto são rendas acessíveis?!…
Sr.ª Deputada, volto a dizer: neste debate, para se ser sério, tem de se ter rigor. E rigor tem-se com números.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Roseta.
A Sr.ª Helena Roseta (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, quanto aos números
sobre o valor dos arrendamentos, em Lisboa, não os tenho aqui atualizados. Tenho, sim, para o País, os
números do Censos 2011.
E posso dizer-lhe, Sr. Deputado, que os arrendamentos…