12 DE MAIO DE 2018
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O Sr. Moisés Ferreira (BE): — … que, efetivamente, não defendem o Serviço Nacional de Saúde. Aliás,
basta ver as votações no último Orçamento do Estado, basta ver como votaram, por exemplo, as propostas do
Bloco de Esquerda que previam um plano plurianual de investimento — foram chumbadas pela direita, pelo PSD
e pelo CDS. A direita não acompanha o investimento no Serviço Nacional de Saúde.
Tudo aquilo de que o Serviço Nacional de Saúde precisa é de profissionais que sejam valorizados.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Por isso, aqui deixo a homenagem do Bloco de Esquerda aos profissionais e
a nossa associação às manifestações e greves que estão a acontecer na saúde, durante todo o mês de maio.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Uma vez que o Sr. Ministro da Saúde se inscreveu, novamente, para
usar da palavra, peço-lhe o favor de ser breve, tendo em conta a nossa limitação temporal.
Tem a palavra, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, pretendo apenas responder ao Sr. Deputado Moisés Ferreira,
com uma certeza: a de que continuaremos o que temos feito até aqui, que é uma trajetória de negociação
responsável. Numa negociação existem duas partes e não é a cedência o resultado final da negociação, é o
compromisso. Nós estamos empenhados para que, em todos os processos negociais, haja compromisso,
conciliando aquelas que são as expectativas dos profissionais com a possibilidade real de não comprometer o
futuro.
Sr. Deputado Moisés Ferreira, a verdade tem muita força e daqui por um ano, quando terminarmos esta
Legislatura com factos e não com insinuações ou fantasias, como aqui temos visto, será, de facto, muito forte a
comparação entre o que foram quatro anos desta maioria e quatro anos da maioria que nos precedeu.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para concluir o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos, do
PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro da Saúde: Nós não
confundimos aquilo que o PSD e o CDS aqui trouxeram com as justas reivindicações dos profissionais de saúde.
Sr. Ministro, há um aspeto que é fundamental: se nós temos o SNS que temos, mesmo perante todos os
ataques a que tem sido sujeito, isso deve-se ao empenho e à dedicação dos profissionais de saúde, que, muitas
vezes, trabalham em situações muito difíceis, vendo os seus direitos atacados e desvalorizados, numa situação
de extremo cansaço e de extremas dificuldades. A verdade é que a resposta que temos e a construção de todo
o Serviço Nacional de Saúde, ao longo destes anos, deve-se ao empenho e dedicação dos profissionais de
saúde.
Assim, queremos deixar uma palavra de valorização e reconhecimento aos profissionais de saúde do Serviço
Nacional de Saúde mas queremos também dizer o seguinte: defender o Serviço Nacional de Saúde passa pela
defesa dos seus profissionais. Não é por acaso que uma das estratégias daqueles que defendem e pretendem
a destruição do Serviço Nacional de Saúde, e que ao longo de anos contribuíram para essa mesma destruição
— temos os exemplos bem concretos daquilo que foram as políticas do PSD e do CDS —, é o ataque aos
profissionais de saúde, contribuindo, assim, para a destruição do SNS.
Aquilo que é fundamental hoje é tomar as medidas que são necessárias para responder às reivindicações
dos profissionais de saúde, porque é isso que garante um Serviço Nacional de Saúde de qualidade para todos.
Aplausos do PCP.