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17 DE MAIO DE 2018

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Não podemos esquecer que a criação de riqueza também passa pelo turismo que temos, neste momento,

em Portugal, que é um turismo dinâmico e que está em crescimento. Isso deve-se, em parte, às políticas

implementadas pelo anterior Governo.

Mas, Sr.as e Srs. Deputados, nem tudo são rosas. Refiro-me ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF),

na medida em que não está a ser capaz de dar resposta à entrada de turistas no País.

Nesta matéria, Portugal está a falhar, e está a falhar, porque não consegue responder a tudo o que se está

a passar no País. Chegam os turistas — nós alertámos para que era necessário mais turismo e introduzimos

políticas para isso mesmo — mas, depois, ficam duas, três e quatro horas nos aeroportos para conseguirem

entrar no País.

Sem colocar em causa todo o mérito que tem feito a economia crescer, quero reiterar que o trabalho de

receção dos turistas começa em casa e Portugal não está a conseguir fazer isso.

Sr. Deputado, o que é que o Governo socialista tem feito nesse sentido? Que imagem de Portugal é que

queremos projetar para o exterior? Que imagem pretendemos dar? Considerando que a estratégia deste

Governo passa também por projetar o turismo, continuando o País a ser um dos principais destinos turísticos da

Europa e tendo em conta que está a chegar o período em que o número de turistas aumenta, o que é que o

Governo está a fazer para evitar que este ano se assista novamente a espetáculos idênticos nos aeroportos, de

filas e mais filas?!

Segundo notícias vindas a público recentemente, sabemos que o SEF também não está a ser capaz de dar

resposta por falta de meios, pelo que lhe pergunto se o Governo tem ou não aumentado esses meios.

No que diz respeito à captação de investimento, que imagem damos de um país que se promove como

destino e desperta o investimento mas, depois, não dá condições para que esse investimento se concretize?!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira, do Grupo Parlamentar

do PS.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, antes de mais, agradeço aos Srs.

Deputados que me colocaram questões e começo por responder ao Sr. Deputado André Silva.

Sr. Deputado, o processo de internacionalização da economia portuguesa tem atualmente, também, algumas

dificuldades e elas foram expostas na apresentação que fiz nesta introdução. Aliás, há algumas questões

estruturais que o Governo, com o seu Programa Internacionalizar, está a tentar ultrapassar. As mais relevantes

são a circunstância de haver uma excessiva concentração do processo de exportações em apenas três países

e a de, por exemplo, 74% das exportações estarem concentradas na União Europeia, o que é um processo que

temos de ser capazes de ultrapassar.

Relativamente à questão que o Sr. Deputado me colocou, devo dizer-lhe que é uma questão que está a ser

equacionada também no Programa Internacionalizar. Como sabe, há um conjunto significativo de medidas que

este Programa encerra e há uma em particular que tem a ver com a promoção das cadeias de valor. E a

promoção das cadeias de valor implica, exatamente, procurar encontrar uma solução para que produtos, como,

por exemplo, os produtos agrícolas, possam, eventualmente, aumentar o seu valor no panorama internacional.

Esse é um esforço que todos temos de fazer, que o Governo está a fazer e que, naturalmente, tem de o fazer

com os atores do setor, com os atores do setor agrícola, nomeadamente da agricultura biológica.

Queria responder à Sr.ª Deputada Helga Correia indo diretamente à questão que colocou e à expressão que

utilizou, quando disse que «Portugal estava a falhar».

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E está!

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Ora, Sr.ª Deputada, nós exibimos hoje os gráficos precisamente para que o

PSD e o CDS evitassem fazer a lengalenga habitual de que isto está a falhar, mas parece que, afinal, não valeu

a pena mostrar esses gráficos gigantes, onde toda a gente viu que Portugal, em matéria de exportações e de

comércio internacional, não está a falhar. Sei que os senhores gostariam que falhasse, que estão