I SÉRIE — NÚMERO 65
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desconfortáveis com os resultados do processo de internacionalização, seja em termos de exportações, seja
em termos de investimento direto estrangeiro, mas a verdade é que Portugal não está a falhar nestas matérias.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Portanto, é bom que os Srs. Deputados do PSD se habituem à ideia de que o
Governo do Partido Socialista, apoiado pelas esquerdas, conseguiu aquilo que os senhores esperavam que não
conseguisse: um processo de internacionalização eficaz, um processo de internacionalização com resultados
claros, com as exportações a crescer e com o investimento direto estrangeiro a crescer. Isto, os senhores não
queriam que acontecesse, mas aconteceu!
Aplausos do PS.
Queria, aliás, deixar uma nota que me parece muito importante. Os senhores disseram no início do mandato
deste Governo — e nós não nos esquecemos disso — que seria impossível conseguirmos dar confiança aos
exportadores e que seria impossível obter mais exportação, se continuássemos com a ideia de que seria
possível subir os salários.
Sr.ª Deputada, queria dizer-lhe algo que me parece muito importante: em 2017, altura em que as exportações
mais cresceram em Portugal, foi também uma altura em que os salários cresceram muito. Sabe quanto
cresceram, em relação a 2015? Cresceram cinco vezes mais e, mesmo assim, as exportações cresceram muito
mais do que em 2015, quando os senhores governavam Portugal.
Portanto, essa ideia que os senhores quiseram passar no início do nosso mandato, o mandato do Governo
do Partido Socialista, de que era impossível ter um processo de internacionalização robusto, com mais
exportações e mais investimento direto estrangeiro, entregando rendimentos às pessoas, está completamente
esclarecida.
Sobre as questões particulares do turismo, é óbvio que o turismo tem sido um contributo decisivo para as
exportações. Não negamos isso, aliás, temos feito por isso. Este Governo tem implementado uma estratégia
que tem garantido mais turismo e, por isso, mais exportações.
Há problemas — é verdade! — mas o Governo tem tentado encontrar soluções e está, naturalmente, inclusive
nas questões que referiu, a encontrar as medidas para permitir que as coisas que aconteceram no passado, e
de que nós também não gostamos, sejam, obviamente, ultrapassadas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem a palavra o
Sr. Deputado Ernesto Ferraz.
O Sr. Ernesto Ferraz (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: A economia
portuguesa tem vindo a internacionalizar-se de forma crescente nas décadas recentes, com uma forte
aceleração do processo nos últimos anos.
Face a um enquadramento externo caracterizado pela interdependência das economias, a globalização dos
mercados e a mundialização da concorrência, a internacionalização é uma inevitabilidade, obrigando as
empresas a adotar estratégias que assegurem a sua competitividade num mercado alargado e lhes permitam
ganhos na cadeia de valor dos produtos.
Exportar é uma forma de reduzir a dependência das pequenas e médias empresas (PME) em relação aos
mercados domésticos, o que reforça a sua competitividade e potencia a sua sustentabilidade a médio e longo
prazo.
A venda de produtos e serviços fora do território geográfico nacional pressupõe riscos acrescidos, por
comparação com a atuação no mercado doméstico, por estarem em causa atividades económicas que cruzam
as fronteiras internacionais, pelo que importa conhecer as diferentes etapas deste processo e os desafios que
se colocam. O crescimento do comércio mundial é uma oportunidade para o contínuo aumento das exportações
portuguesas, fator decisivo para o crescimento económico do País.