I SÉRIE — NÚMERO 87
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Escultora e professora catedrática, autora de uma obra corajosa e vanguardista, Menéres nasceu a 22 de
agosto de 1943, em Braga, e deixou a sua assinatura em diferentes correntes artísticas.
Figura assinalável da vida cultural do País, formou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes do
Porto, onde foi aluna dos mestres Barata Feyo, Lagoa Henriques, Heitor Cramez e Júlio Resende, tendo
começado a expor nas mostras coletivas das magnas da escola portuense e, individualmente, na Galeria Borges,
de Aveiro.
Foi bolseira da Gulbenkian, em França, dedicou-se à investigação no MIT (Massachusetts Institute of
Technology), nos Estados Unidos, com uma bolsa da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
(FLAD) e, mais tarde, lecionou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e na Universidade de Évora.
Ao longo de uma carreira de meio século, Clara Menéres criou, nas palavas de Vítor Serrão, ‘uma obra de
forte carácter inventivo, em crescente tónus espiritual’.
Assim, reunida em sessão plenária no dia 18 de maio de 2018, a Assembleia da República exprime o seu
pesar pelo falecimento de Clara Menéres e endereça aos seus familiares e amigos as suas sentidas
condolências.».
O Sr. Presidente: — Vamos votar, Srs. Deputados.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Passamos ao voto n.º 540/XIII (3.ª) — De pesar pelas vítimas do massacre na Faixa de Gaza do dia 14 de
maio, apresentado pelo BE, que vai ser lido pelo Sr. Secretário, Deputado Moisés Ferreira.
O Sr. Secretário (Moisés Ferreira): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«O passado dia 14 de maio foi o dia mais mortífero do conflito israelo-palestiniano desde a guerra de 2014
em Gaza. A brutalidade das ações do exército israelita — utilizando balas reais, gás lacrimogéneo e meios
aéreos — resultou na morte de 60 palestinianos desarmados, entre eles adolescentes e bebés, e mais de 3000
feridos.
A violação do direito internacional e o uso desproporcionado da força têm sido práticas constantes do modus
operandi de Israel, tanto que nenhum israelita saiu ferido dos protestos que, só no último mês, já levaram à
morte de mais de uma centena de protestantes palestinianos. Estes factos demonstram como o argumento
israelita da autodefesa não tem qualquer cabimento.
O elemento que espoletou a escalada de violência foi a decisão provocatória de os Estados Unidos da
América mudarem a sua embaixada para Jerusalém. A mesma postura que adotou a sua Embaixadora na ONU
Nikki Haley, que veio afirmar que ‘Israel mostrou contenção em Gaza’ ao mesmo tempo que bloqueava um
pedido de investigação à violência no Conselho de Segurança.
As mortes do passado dia 14 de maio, absolutamente inaceitáveis, pedem uma intervenção veemente e
inconformada desta Assembleia, para não contribuir para a já habitual complacência que ocorre a nível
internacional.
Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária:
1 — Expressa o seu profundo pesar pelas vítimas palestinianas do massacre na Faixa de Gaza do dia 14 de
maio;
2 — Saúda a decisão do Governo de Portugal em não se fazer representar no ato provocatório da
inauguração da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Jerusalém;
3 — Condena o desrespeito de Israel e dos Estados Unidos da América pelas resoluções da Organização
das Nações Unidas.».
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar.