I SÉRIE — NÚMERO 98
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Sr.as e Srs. Deputados, no PS, queremos continuar o desígnio e o sonho de António Arnaut e, por isso,
queremos renovar, reformular e desenvolver o SNS para enfrentar os novos desafios. É essa a nossa
responsabilidade e a de todos os que querem concretizar melhor futuro para todos os portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado António Sales, a Mesa regista as inscrições de quatro Srs. Deputados
para pedir esclarecimentos. Como pretende responder?
O Sr. António Sales (PS): — Dois a dois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado António Sales, ouvi a
sua intervenção e conhecemos esta semana também uma proposta do grupo de trabalho que foi nomeado pelo
Governo, sobre a qual gostava de lhe fazer algumas perguntas.
Essa proposta, que lemos atentamente, parece-nos claramente insuficiente em algumas matérias,
principalmente para fazer aquilo que é necessário fazer no Serviço Nacional de Saúde: no que diz respeito às
taxas moderadoras, mantém quase tudo como está, o que nos parece insuficiente; quanto ao investimento,
continua a ter a mesma formulação que existe na Lei de 1990, que diz que o Serviço Nacional de Saúde presta
cuidados no limite dos seus recursos, e achamos que o paradigma deve ser exatamente o inverso, que os
governos estão obrigados a dotar o Serviço Nacional de Saúde para que ele possa prestar os cuidados que são
necessários; além disso, mantêm-se as PPP, as parcerias público-privadas, com essa proposta do grupo de
trabalho, o que nos parece completamente insuficiente.
Lembro que António Arnaut, numa entrevista muito recente, disse que, e cito, «o SNS precisa de passar
pelos cuidados intensivos. Eu não sou contra os privados, agora estes não podem viver à custa do SNS». Não
poderíamos estar mais de acordo.
Já percebemos que o PSD não percebe a diferença entre supletivo e concorrencial e entre complementar e
dar tudo aos privados. E é sobre isso que coloco uma questão ao Sr. Deputado: considera que os privados
devem ser supletivos ou concorrenciais do SNS?
Aplausos do BE.
Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Sales, em outubro de 2016, nos
30 anos da Lei de Bases do Sistema Educativo, o CDS apresentou uma proposta de revisão dessa Lei e, nessa
altura, o Bloco de Esquerda fez-nos duas críticas.
Cito a primeira crítica: «(…) ninguém compreende muito bem a razão deste debate agora. Vamos ver se até
ao final do debate conseguimos compreender o que é que leva o CDS a vir aqui, agora, com uma proposta de
revisão (…)».
Refiro a segunda crítica: «suspeitamos que esta proposta de revisão da Lei de Bases, do CDS, seja um
‘cavalo de Troia’».
Parece-me que é a altura certa para devolver estas críticas ao Bloco de Esquerda.
A Sr.ª IsabelGalriçaNeto (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Na verdade, ninguém compreende muito bem a oportunidade política
deste projeto de lei do Bloco. Sabemos que há uma proposta do Governo para ser discutida em setembro e