13 DE JULHO DE 2018
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Como sabe, o PCP propôs a criação de uma lei de programação de investimentos, que é fundamental para
termos um quadro plurianual e programar aquilo que é essencial. Julgamos que também fazia sentido haver um
plano plurianual de formação para atender às necessidades das forças de segurança, no que diz respeito ao
quadro de pessoal.
Quanto ao investimento, estamos de acordo com a Lei, mas não estamos de acordo com a execução. Acho
que é preciso «dar ao pedal», como diz o nosso povo, e acelerar esta execução orçamental, que é, efetivamente,
diminuta. E, naturalmente, as forças de segurança ressentem-se disso, aliás, quem ouve os profissionais, quem
se preocupa em ouvir as suas reivindicações, percebe que a questão dos investimentos é fundamental para que
as forças de segurança trabalhem o melhor possível para o nosso País.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Antes
de mais, os meus cumprimentos à Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna por esta boa
ocasião para discutirmos matérias de segurança, ainda que, para nós, fosse também um gosto termos aqui o
Sr. Ministro da Administração Interna e nos surpreenda, até, um pouco, o facto de ele aqui não estar. Haverá,
seguramente, uma razão muito relevante para que o Sr. Ministro não se tenha dignado ou não tenha podido
estar hoje connosco para discutir estes temas.
Em relação a esta matéria, e pegando um bocadinho nas palavras do Sr. Deputado do Partido Socialista que
falou há pouco, queria dizer-lhe, Sr. Deputado, que, tratando-se deste relatório de 2017, há uma matéria que
vou omitir, onde, de resto, os resultados do Governo, em 2017, são bastante evidentes, que é a matéria dos
incêndios. Sobre incêndios é melhor não falarmos, à partida, porque, enfim, nunca houve tragédia maior, e
sabemos em que circunstâncias.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vamos, então, à criminalidade.
Em matéria de criminalidade, há aspetos positivos e negativos.
Aspetos negativos: globalmente, a criminalidade aumentou, invertendo uma tendência de há muitos anos.
Temos um RASI que nos indica um aumento da criminalidade — mais 3,3% —, coisa que, há muito, não
acontecia.
Aspetos positivos: o facto de a criminalidade mais grave e mais preocupante para as pessoas, a criminalidade
violenta, continuar consistentemente a diminuir, o que é positivo e, obviamente, não deixamos de notar. Por que
é que isto acontece? Do nosso ponto de vista, isto acontece, em larguíssima medida, por mérito das forças de
segurança, que têm conseguido responder, fazer o seu trabalho e assegurar essa baixa consistente da
criminalidade.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Mérito das forças de segurança, que — pegando, mais uma vez, nas
palavras do Sr. Deputado António Gameiro, do Partido Socialista — fazem o seu papel, porque, na nossa
opinião, o Governo não faz nada. E é fácil demonstrar isto, Sr.ª Secretária de Estado. Por exemplo, existe um
descontentamento óbvio e uma deceção óbvia das forças de segurança face às questões estatutárias. O
Governo não resolveu as questões estatutárias das forças de segurança, não resolveu a questão da evolução
na carreira, não resolveu os seus próprios compromissos em termos de progressões e evolução na carreira.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O CDS também não resolveu o problema!