I SÉRIE — NÚMERO 106
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a dar escala economicamente viável à exploração da floresta, e lançámos um programa de aproveitamento da
biomassa.
Por outro lado, há que levar até ao fim a execução do cadastro rural e florestal, cujo projeto-piloto lançámos
e tem mais de 41 000 prédios georreferenciados. Amanhã, em Conselho de Ministros extraordinário,
aprovaremos o conjunto dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal.
Criámos o programa Capitalizar para combater o excessivo endividamento e dependência do financiamento
bancário das empresas portuguesas, um dos principais bloqueios estruturais do País. Este foi essencial para
que as empresas voltassem a investir e a contratar, ajudando o crescimento do investimento empresarial e do
emprego.
Mas, seguramente, a reforma mais profunda é a que decorre de termos assumido a inovação como motor do
desenvolvimento, numa política transversal e articulada, desde a universalização do pré-escolar a partir dos 3
anos aos laboratórios colaborativos, investindo na educação, na formação, na investigação e desenvolvimento,
na transferência do conhecimento para o tecido empresarial, no apoio ao empreendedorismo e na transição
para a Indústria 4.0.
Ao contrário do que muitas vezes é repetido, não temos governado ao sabor do dia a dia, nem sem visão
estratégica. Pelo contrário, temos, de forma aberta e participada pela sociedade, procurado dotar o País dos
necessários instrumentos estratégicos de médio prazo.
É o que temos feito anualmente com o Programa Nacional de Reformas, com o debate para uma década de
convergência, com o lançamento do Portugal 2030 e com o Programa Nacional da Política de Ordenamento do
Território (PNPOT), que amanhã aprovaremos em Conselho de Ministros. E é o que faremos no debate público
do Programa Nacional de Investimentos para a próxima década, que queremos discutir nesta Assembleia para
que seja aprovado por uma ampla maioria, que desejamos não inferior a dois terços, de modo a garantir a
estabilidade ao processo de decisão, sem avanços e recuos penalizadores, como, infelizmente, aconteceu —
hoje é claro para todos — com o aeroporto internacional de Lisboa, com elevados custos que a economia
nacional hoje tem de suportar.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quando nos reencontrarmos nesta Assembleia, em setembro,
estaremos na última sessão legislativa e estaremos a preparar o último Orçamento do Estado desta Legislatura.
E quero ser claro: não será pelo facto de estarmos a pouco mais de um ano das eleições que vamos sacrificar
o que já conquistámos ou mudar de rumo.
O Sr. FernandoRochaAndrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Garantir a sustentabilidade do trajeto seguido até agora, consolidando os bons
resultados alcançados e prosseguindo o esforço de recuperação de rendimentos e a prioridade à melhoria dos
serviços públicos, a promoção do investimento, a redução das desigualdades e o reforço da coesão territorial,
ao mesmo passo que prosseguimos a redução do défice e da dívida, é o sentido do Orçamento do Estado que
apresentaremos dentro de poucos meses.
Aplausos do PS.
O próximo Orçamento do Estado é, em primeiro lugar, um Orçamento de continuidade. Continuidade na
recuperação de rendimentos. No próximo ano prosseguiremos o descongelamento de carreiras e, pelo segundo
ano consecutivo, mais de 95% das pensões serão aumentadas, 68% das quais acima da inflação.
Aplausos do PS.
Continuidade na melhoria da proteção social. No próximo ano será completado o aumento progressivo do
abono de família nos primeiros 3 anos de vida e a reposição do 4.º escalão e entrará em pleno funcionamento