14 DE JULHO DE 2018
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O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Essa é que é essa!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … quem o diz são os equipamentos obsoletos que os senhores não renovam na
saúde; quem o diz são as pessoas que estão desanimadas por causa das vossas más políticas ou pela ausência
de políticas.
Protestos do PS.
Exemplo: as unidades de saúde familiar. 2017 foi o pior ano na constituição de unidades de saúde familiar e
estas são importantes porque garantem mais acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde. Pois bem, os
senhores reduziram, travaram – não houve crescimento – a constituição de unidades de saúde familiar.
Outro exemplo: as redes de cuidados continuados e de cuidados paliativos. O País precisa de uma rede
forte, alargada, robusta…
Protestos do PS.
Então, Sr. Primeiro-Ministro, como é que se explica que o orçamento da segurança social, que devia pagar
esta rede de cuidados continuados, tenha tido um saldo positivo, tendo sobrado cerca de 140 milhões de euros
que se deviam destinar a fazer a rede de cuidados continuados?
E nos cuidados hospitalares? Sr. Primeiro-Ministro, acabem de brincar com a situação da pediatria oncológica
no Hospital de São João. Já chega! Não brinquem com as crianças! Não brinquem com os pais!
Protestos do PS.
Não brinquem! Esta é uma matéria importante.
Aplausos do PSD.
Construam o bloco cirúrgico de Bragança, para o qual deixámos dinheiro; acabem com a situação que se
vive nas urgências de Gaia/Espinho, uma situação de cenário de guerra, ou no Algarve, onde, afinal, se atrasam
as cirurgias e as consultas, ou, então, em Lisboa, no Hospital de São José, onde se demite gente e onde existe
uma necessidade, dizem os médicos, de um plano de catástrofe, ou, ainda, na MAC (Maternidade Alfredo da
Costa) onde encerram serviços, onde se demitem médicos, dirigentes e onde as grávidas são retiradas à última
hora.
E isto porquê? Porque, obviamente, não há investimento!
O Sr. Primeiro-Ministro disse que tinha crescido o investimento e eu desafiei-o aqui, em aparte, e agora vou
fazer-lhe a mesma pergunta: o investimento na saúde de 2015 para 2017 baixou 52 milhões de euros. Como é
que o senhor explica isto?
Aplausos do PSD.
Como explica menos 52 milhões de euros?
Risos do PS.
Não se riam! Isto está na Conta Geral do Estado! Já não acreditam no Estado?! O problema é vosso!
Mais: como é que explica a situação de trapalhada que geraram com a passagem das 40 horas para as 35
horas de trabalho? Os senhores meteram o Serviço Nacional de Saúde num beco sem saída, numa situação de
incapacidade de responder aos portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!