O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE SETEMBRO DE 2018

31

Portanto, não pode falar aqui de benefícios aos táxis porque se esqueceu, por exemplo, de dizer que as

operadoras multinacionais não têm limite no número de automóveis a circular — não estão sujeitos ao chamado

contingente —, esqueceu-se de afirmar que essas operadoras multinacionais não estão obrigadas a preços

tabelados mas os taxistas estão e também se esqueceu, por exemplo, de enunciar que essas operadoras

multinacionais não têm de ter certificado de motorista profissional e os taxistas têm.

Sr. Primeiro-Ministro, ponha as coisas nos pratos da balança e veja lá se por acaso os taxistas não têm razão

e se o Governo não está, de facto, a exagerar, para não dizer outra coisa, ao dizer que os taxistas têm um

conjunto de vantagens que os outros não têm.

O Sr. Primeiro-Ministro vem então dizer que a lei da Assembleia da República veio acabar com uma

concorrência desleal e ilegal. Sabe o que é que está a ficar claro, Sr. Primeiro-Ministro? É que essa lei da

Assembleia da República, que o Governo acha que é o máximo, veio de facto promover uma concorrência

desleal legal. Isso é que, na nossa perspetiva, é absolutamente preocupante!

Nesse sentido, Os Verdes reafirmam aqui que consideram necessária a alteração da lei e o Governo não

deve ser teimoso. Parece que o Governo cria uma teimosia, aberrante face às injustiças criadas, que não vale

a pena, Sr. Primeiro-Ministro! Sentem-se, conversem e ponham a justiça em cima da mesa e, fundamentalmente,

no País. Neste caso concreto, isso é muito fácil de fazer.

Uma última pergunta, Sr. Primeiro-Ministro, no seguinte sentido: a declaração de impacto ambiental relativa

às dragagens que estão previstas para o estuário do Sado para que o porto de Setúbal possa receber navios

de maior porte reconhece claramente um impacto ambiental muitíssimo negativo sobre as praias, sobre a

biodiversidade, sobre o ecossistema do estuário do Sado.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vou concluir, Sr. Presidente,

Sr. Primeiro-Ministro, como é que o Governo consegue garantir que os interesses ambientais não vão ficar

completamente esquecidos face aos interesses económicos? Como é que o Governo vai garantir que a

comunidade de golfinhos, os roazes-corvineiros do Sado, não vai ser afetada, designadamente, e que as praias

da Arrábida também não vão ser afetadas, pois já estão a ter muitos problemas com o volume de areia?

O Sr. Presidente: — Tem a palavra do Sr. Primeiro-Ministro, para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, vou começar a minha resposta

pelo princípio, isto é, pela questão dos táxis. O Governo apresentou à Assembleia da República uma proposta

de lei. A Assembleia da República debateu a proposta de lei, aprovou um decreto, que foi enviado para

promulgação pelo Sr. Presidente da República. O Sr. Presidente da República vetou o decreto, o diploma

regressou à Assembleia. A Assembleia da República voltou a apreciar a matéria, discutiu, ouvi, introduziu

alterações, aprovou um decreto e o Sr. Presidente da República promulgou essa Lei. Não cabe, obviamente, ao

Governo, agora, …

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não é agora!

O Sr. Primeiro-Ministro: — …agora, agora, repito, não cabe ao Governo revogar ou alterar uma lei que foi

aprovada por esta Assembleia da República, promulgada pelo Sr. Presidente da República e que ainda nem

sequer entrou em vigor!

A Sr.ª Deputada diz que as condições não são de igualdade, que, por exemplo, os taxistas estão sujeitos à

contingentação, mas esta é um problema ou é uma garantia para os taxistas?

Protestos do PCP, do BE e de Os Verdes

É que aquilo que sei da posição quer da Federação Portuguesa do Táxi, quer da ANTRAL (Associação

Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros) é a exigência da contingentação como uma

garantia e até a recusa de que a contingentação deixe de ser municipal e passe a ser metropolitana, como é