27 DE SETEMBRO DE 2018
33
Estes testemunhos alertam-nos para a urgência de priorizar a saúde e o bem-estar das crianças e dos jovens.
Neste sentido, Sr. Primeiro-Ministro, questionamos que medidas está o Governo a implementar para garantir a
melhoria nutricional das refeições e dos menus escolares e para quando a integração efetiva de nutricionistas
na escola pública.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Silva, a melhoria da qualidade nutricional da
alimentação escolar é absolutamente decisiva para a educação alimentar das crianças e para a sua saúde ao
longo de toda a vida.
É, porventura, tarde para reaprendermos o que poderíamos ter aprendido mais cedo, mas para as crianças
que hoje estão na escola é uma excelente oportunidade para o poderem aprender, e é por isso que é
fundamental melhorar a qualidade e a diversidade da oferta da alimentação nas cantinas.
Dos dados que temos, metade das cantinas escolares já solicitaram a opção vegetariana e ela está a ser
oferecida sem restrições. As informações de que dispomos é que têm vindo a diminuir as queixas relativamente
à qualidade da alimentação servida, mas o nosso objetivo neste momento é procurar contratar um nutricionista
por delegação regional, de forma a acompanhar com proximidade os diferentes agrupamentos e, assim,
podermos ir continuando a melhorar a qualidade da alimentação das crianças nas nossas escolas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, ainda, o Sr. Deputado André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, são boas notícias, Sr. Primeiro-Ministro.
Gostaria de lhe colocar outra questão. Verificamos também que a escola pública não tem a capacidade para
receber alguns alunos com necessidades educativas especiais. Falamos, por exemplo, do Gabriel, com oito
anos, que no seu primeiro dia de aulas estava imensamente feliz por ir para a escola mas não teve o apoio
necessário dentro da sua escola para poder frequentar as aulas, por falta de recursos humanos. Só depois da
sua ida à televisão é que o caso foi resolvido.
Porém, o Gabriel não é o único. No mesmo agrupamento de escolas, de Vila Nova de Santo André, há pelo
menos mais seis alunos com necessidades educativas especiais que estão apenas a meio tempo por não haver
pessoal de apoio educativo em número suficiente.
Sr. Primeiro-Ministro, esta situação não pode continuar e não podemos aceitar que haja meios direitos, meios
alunos e meia escola pública. Assim, Sr. Primeiro-Ministro, questionamos que medidas tem o Governo em
marcha para garantir que a escola pública tem os auxiliares de apoio educativo necessários para responder às
necessidades diárias destes alunos, cidadãos que têm sonhos como nós.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado André Silva, para termos uma educação inclusiva
é fundamental que os alunos com necessidades educativas especiais possam participar na escola.
Felizmente, tem vindo a aumentar o número de alunos com necessidades educativas especiais no ensino
regular, sendo que nos dois últimos anos letivos esse número teve um aumento de 7%.
Aliás, seguindo recomendações das Nações Unidas, aprovámos recentemente uma alteração à lei do ensino
especial. É uma nova lei que está a ser testada e que constitui um encargo importante para as escolas e um
esforço muito significativo, quer para os docentes, quer para os auxiliares.
No quadro do reforço dos assistentes operacionais em 2500 trabalhadores, a que já procedemos, parte deles
destina-se, precisamente, a reforçar o número de assistentes operacionais de apoio às crianças com
necessidades educativas especiais.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem de concluir.