4 DE OUTUBRO DE 2018
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para o último pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr.
Deputado António Leitão Amaro, do PSD.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Almeida, começo por agradecer
a sua intervenção.
Sr. Deputado, queria perguntar-lhe se não lhe parece que, do que vamos ouvindo do Orçamento do Estado,
vamos ter mais do mesmo, mas com uma aditivação eleitoral.
Continuamos com um Governo que é um barco à deriva. O único vento que puxa o País é o vento que vem
de fora, da conjuntura internacional e das reformas que antecederam este Governo, e a única rota que este
Governo tem é traçada pelo cálculo eleitoral.
Estes senhores dos partidos da esquerda mostraram aqui todo o seu contentamento. Estão felizes com o
Orçamento, com as contas e com os resultados que estão a alcançar, mas, ainda em 2017, fizeram a carga
fiscal aumentar outra vez para valores elevadíssimos.
Quanto ao tema da redistribuição, pergunto se isto de pôr os portugueses a pagar mais impostos sobre os
combustíveis, que custam muito mais a pagar até àqueles que nem IRS pagam, é boa redistribuição, é
socialmente justo.
A Sr.ª Inês Domingos (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Estamos com uma boa carga fiscal porque, dizia ainda agora o PCP,
temos um Estado que está a servir os portugueses. Um Estado onde os comboios param, as consultas se
atrasam, as escolas têm problemas, a proteção civil falha, as armas são roubadas, é este Estado que está a
funcionar melhor para os portugueses?!
É que o Estado não serve aqueles que, por mais honrosos que sejam, nele servem, mas aqueles que por ele
são servidos. E é desses que os senhores nunca se lembram!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Não é por acaso que isto acontece. Os senhores vão no terceiro ano
com um investimento público pior do que em 2015. Não aproveitam a normalidade, desde logo, para investir nos
serviços às pessoas.
Mas também não aproveitam a normalidade, que, com muito esforço nosso e dos portugueses, recuperámos
— nessa altura, os senhores desdenhavam do nosso caminho para agora terem o vosso Primeiro-Ministro e
Ministro das Finanças a elogiarem os gregos por terem feito menos e mais tarde, mas nunca elogiaram o nosso
País e o seu Governo por ter feito melhor —, mas, como eu estava a dizer, também não aproveitam a
normalidade para não apenas investir mais, mas para fazer reformas, que não existem no vosso léxico.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira terminar.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Devíamos aproveitar para ter um Orçamento que fosse mais para as
empresas, para o investimento, para as exportações; que reduzisse mais a dívida pública, que, aliás, em 2016,
aumentou.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Obrigado, Sr. Deputado.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sr. Presidente, vou terminar.
Sr. Deputado João Almeida, o nosso caminho também é diferente. Durante a discussão, na especialidade,
do Orçamento, que está prestes a começar, tal como fizemos nos últimos anos, em 2017 e em 2018,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.