I SÉRIE — NÚMERO 7
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Isto diz muito sobre o momento em que o Bloco de Esquerda
está nesta negociação!
Sabe o que lhe digo sobre todas estas coisas? É que se a sua negociação do Orçamento para o ISP, para
os professores, para as cativações e para o IVA da eletricidade correr tão bem como correram a todas estas
pessoas as eleições seguintes era ótimo.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E as pensões?!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Era sinal de que a senhora conseguia alguma coisa no
Orçamento, porque todas estas pessoas que aqui citou foram a votos e, com os votos dos portugueses, veja lá,
ganharam eleições!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Parou-lhe o relógio há três anos!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E nós ainda estamos à espera do Orçamento em que os
senhores, dizendo todas estas coisas, consigam que elas sejam aprovadas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Faz amanhã três anos que parou o relógio do CDS!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Isto porque, sobre as cativações, os senhores dizem que
conseguem acabar com elas, mas no ano seguinte há cativações;…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Faz amanhã três anos que o relógio do CDS parou!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … dizem que o ISP é para acabar, mas continua; sobre o IVA
da eletricidade, dizem que nunca mais, mas os portugueses pagam todos os dias!
Sr.ª Deputada, é verdade que estamos a negociar o futuro. É respeitável e é importante — isso percebo e
digo-o com toda a sinceridade — que, quando há soluções governativas plurais, vários partidos tenham até
tenções de negociação e que isso possa ser público e transparente. No entanto, o que é expectável pelos
eleitores é que tenham melhores resultados do que os que os senhores têm conseguido!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Sá, do PCP.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado João Almeida, antecipando a
discussão do Orçamento do Estado, o Sr. Deputado perguntou, da tribuna, onde é que no Orçamento do Estado
está a redução da carga fiscal.
Como o Sr. Deputado sabe, o nível da carga fiscal num país está ao nível das funções asseguradas pelo
Estado, em particular as funções sociais.
Por isso, quando o Sr. Deputado defende a redução da carga fiscal, na realidade, está a defender a redução
da capacidade de o Estado assegurar as suas funções, em particular as suas funções sociais na saúde, na
educação, na proteção social, na cultura e na habitação.
Protestos do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
Como o Sr. Deputado sabe muito bem, quando comparada com outros países da OCDE (Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económico) ou da União Europeia, a carga fiscal em Portugal não é excessiva.