I SÉRIE — NÚMERO 7
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Vamos fazer uma checklist!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada
Patrícia Fonseca, do CDS-PP.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr. Presidente, queria cumprimentar o Sr. Deputado António Filipe
pelo facto de o PCP ter feito as jornadas parlamentares no distrito de Santarém e por ter trazido aqui temas que,
apesar de serem transversais a todo o País, também têm muito a ver com este distrito.
Sr. Deputado, quando o ouvi falar, da tribuna, na necessidade de o PCP defender uma política alternativa,
patriótica e de esquerda, de repente tive dúvidas de que se tratava do mesmo PCP que todos os anos, desde
há três anos, apoia este Governo e que vota favoravelmente os seus Orçamento do Estado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muitas vezes contra os trabalhadores!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Fico na dúvida, pelo que gostaria de perguntar qual é a política
alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP tem face àquela que tem apoiado nos últimos três anos.
O PCP diz que tem sempre defendido a melhoria dos serviços públicos e a melhoria das condições de vida
dos trabalhadores. O Sr. Deputado falou da EMEF, falou das infraestruturas na CP, cujos trabalhadores estão
em greve.
O que é que aconteceu à melhoria das condições de vida, por exemplo, dos enfermeiros que há muito pouco
tempo deixaram o hospital de Abrantes num caos?
O que é que aconteceu, Sr. Deputado, aos 62 milhões de euros — já aqui referidos — que são necessários
para que, em relação ao Hospital Distrital de Santarém, o Tribunal de Contas desbloqueie verbas para acabar o
bloco operatório, para desbloquear o contrato das refeições aos doentes e para desbloquear o contrato, veja-
se, dos serviços informáticos necessários a esse Hospital?!
Além das grandes infraestruturas, existem também pequenos investimentos que são muito necessários.
Onde está, por exemplo, a política patriótica e de esquerda necessária para garantir os investimentos para o
posto territorial da GNR de Alpiarça, a fim de dar melhores condições aos militares daquele concelho ou, por
exemplo, aos de Salvaterra de Magos, já para não falar dos de Alcanede e de Pernes? Pergunto: onde está e
qual é a política patriótica e de esquerda que o PCP defende?
Para terminar, Sr. Deputado, em relação ao distrito e, em particular, até, ao concelho de Santarém — um dos
concelhos mais ricos do País a nível agrícola —, pergunto qual é a política alternativa, patriótica e de esquerda
que o PCP, que tanto defende a soberania nacional, tem para desbloquear os investimentos tão necessários no
PDR (Plano Diretor Regional) e para deixarem de estar 16 000 candidaturas,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — … 16 000 agricultores à espera do investimento e das verbas do
Orçamento do Estado para poderem investir, criar riqueza e, de facto, assim criar melhores condições de vida
para todos os portugueses.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, muito obrigado por me dar oportunidade de
desfazer um equívoco: é que a política alternativa, patriótica e de esquerda não é esta!
Vozes do CDS-PP: — Não?!
O Sr. António Filipe (PCP): — Não! A Sr.ª Deputada está enganada!