4 DE OUTUBRO DE 2018
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A revisão da portaria de rácios impõe-se. Por isso, pergunto se o PS vai acompanhar de forma positiva a
discussão do projeto de resolução apresentado pelo PCP sobre esta matéria.
Sem respostas concretas estão também os técnicos especializados de educação, que estão em situação de
precariedade ao longo de dezenas de anos, com trabalho permanente mas com vínculos precários. O PCP
acompanha as preocupações destes trabalhadores. E o PS? Vai continuar a «tapar o sol com a peneira» e a
alegar que houve avanços?! Não acha que garantir estabilidade de emprego a estes técnicos era garantir uma
maior qualidade da escola pública?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Ângela Moreira (PCP): — Falemos de manuais escolares. No dia 25 de setembro, na Escola Luís de
Sttau Monteiro, em Loures, os alunos ainda não tinham manuais escolares.
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Ah! Não pode ser!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada Ângela Moreira.
A Sr.ª ÂngelaMoreira (PCP): — Um início de ano letivo normal só poderá ser possível se as escolas
estiverem dotadas dos meios adequados para assegurar o processo de ensino com qualidade.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada
Joana Mortágua.
A Sr.ª JoanaMortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Porfírio Silva, ninguém contesta, certamente
não nesta bancada, as melhorias que aconteceram no ensino superior e na educação em Portugal.
Muitas vezes, em parceria com o Governo, tomámos medidas que foram importantes, e posso citar, por
exemplo, a diminuição do número de alunos por turma, a distribuição gratuita de manuais escolares, o fim da
PACC (prova de avaliação de conhecimentos e capacidades), a racionalização dos contratos de associação, a
vinculação de mais 7000 professores por negociação direta com o Bloco de Esquerda, tal como a alteração das
regras dos critérios da norma-travão, o fim dessa vergonha que eram os CEI (contratos emprego-inserção) no
exercício de trabalho de assistentes operacionais e de auxiliares de ação educativa nas escolas, o fim da BCE
(bolsa de contratação de escola), etc.
No caso do ensino superior, houve algumas melhorias que foram conseguidas, e não em parceria com o
Governo mas apesar do Governo. É o caso das várias tentativas de integração de professores, de bolseiros ou
mesmo da aplicação do PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na
Administração Pública) ao ensino superior, que sempre enfrentou a resistência dos reitores, ao lado de quem o
Governo se colocou para impedir que, através do PREVPAP, houvesse, no ensino superior, um combate real à
precariedade.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª JoanaMortágua (BE): — A questão que se coloca agora não é a de saber se estamos melhor do que
estávamos, porque onde estávamos era com a escola pública no osso, à beira do desmantelamento da escola
pública. Foi assim que a direita e a troica deixaram o ensino público em Portugal.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Já estava a faltar!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — A questão que se coloca é a de saber se, três anos depois, estamos
satisfeitos com aquilo que foi conseguido, se estamos satisfeitos com a existência de tarefeiros que ganham
pouco mais de 3 €/hora, nas escolas, a garantir trabalho que é necessário e que devia ter direitos, se estamos