I SÉRIE — NÚMERO 7
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satisfeitos com a continuação de milhares de professores contratados a garantir que necessidades permanentes
são cumpridas por precários, se estamos satisfeitos com escolas, como é o caso da Portela e da Fernão Mendes
Pinto, que continuam à espera das obras que foram congeladas e negadas pelo Governo da direita.
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Ah! Não acredito!
A Sr.ª JoanaMortágua (BE): — O que queria perguntar ao Sr. Deputado Porfírio Silva é se o Partido
Socialista está disposto a exigir ao Governo, pelo menos, aquilo que foi assumido aqui, na Assembleia da
República, com os votos das bancadas parlamentares e sem oposição do Partido Socialista.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada Joana Mortágua.
A Sr.ª JoanaMortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Pergunto também se o Partido Socialista está disposto a exigir ao Governo que cumpra a posição da
Assembleia da República sobre a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, se está disposto a
exigir ao Governo que cumpra a alteração da portaria de rácios, como foi aqui aprovado muito recentemente, e
a criação de uma bolsa de substituição de funcionários nas escolas, se está disposto a exigir ao Governo a
recuperação das carreiras de assistentes operacionais, como existia antigamente, e se está disposto a exigir ao
Governo um aumento do orçamento da educação pública.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP.
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Porfírio Silva, começou a sua intervenção
dizendo que o tema da abertura do ano letivo já tinha sido trazido a este Parlamento na semana passada,
reiterou a normalidade com que o ano letivo começou e trouxe dois assuntos à consideração: os professores e
a educação inclusiva.
Tinha a ideia de que esta semana, justamente esta semana, estava em curso uma greve nas escolas, com
uma taxa de adesão de 80%. Enfim, isso será com certeza normal para o Partido Socialista, mas para os alunos
e para as suas famílias não é muito normal chegar à sala de aula e não ter professores. Enfim, será um indicador
diferente que, para os senhores, terá a sua relevância.
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Em relação à educação inclusiva, também me parece que se há área
que tem dado problema e conturbação neste ano letivo é exatamente a da educação inclusiva, porque as escolas
deparam-se com um diploma teoricamente muito bem conseguido mas sem meios para o executar e as famílias,
em muitos casos, sem matrículas nas escolas públicas, têm as crianças com necessidades educativas especiais
em casa, porque não têm vagas.
Por isso, Sr. Deputado, fico encantada com a descrição que fez, de que está tudo maravilhoso e é tudo
normal. Mas sabe qual é o grande problema de fazer esta leitura? É que tudo o que está errado nunca vai ser
corrigido. Portanto, com os senhores a terem esta conceção de normalidade, já sabemos que teremos sempre
mais do mesmo, mais do que é errado.
Em relação ao ensino superior e à ciência, gostava de saber se considera normal que um diploma do
Governo, aprovado em agosto de 2016, para contratação ao abrigo do emprego científico, passados dois anos,
no final do prazo, tenha para mostrar 1910 processos concursais em vias de abertura, tendo em conta que,
desses — como, de resto, verificámos esta manhã na audição da Comissão de Educação —, não sabemos
ainda quantos resultarão em contratos de facto, mas nunca antes de 2019, quase, quase, veja só que
coincidência, no fecho da Legislatura. Considera isto normal? Aqui também não há nada a corrigir ou, para o Sr.
Deputado Porfírio Silva, vivemos mesmo no «País das Maravilhas»?!