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I SÉRIE — NÚMERO 7

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Está a cumprir todos os artigos e todos os aspetos de cada artigo, porque nós não lemos só a primeira ou a

segunda parte deste ou daquele artigo, consoante as conveniências, lemos os artigos desde a primeira palavra

até ao último ponto final.

Aplausos do PS.

Também lhe quero dizer uma outra coisa, Sr.ª Deputada, e peço uma módica tolerância ao Sr. Presidente: o

Partido Socialista votou a favor da recomendação sobre a recuperação do tempo de serviço. Exatamente!

Votámos e explicámos, na altura, porquê. É que nós também temos todas as ambições do mundo. Mas nós

dissemos, nesse momento, que nunca interpretassem o nosso voto como uma tentativa de contornar a

negociação entre os sindicatos e o Governo. Sempre dissemos que essa matéria tinha de ser resolvida em

negociação entre o Governo e os sindicatos.

O Governo foi à negociação e deu passos; estamos à espera de que todos os sindicatos deem passos para

que se aproximem as posições e para que a solução seja encontrada. Isto é respeitar a resolução e é desta

maneira que respeitamos a nossa própria palavra.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma declaração política, tem, agora, a palavra o Sr.

Deputado Luís Monteiro, do Bloco de Esquerda.

O Sr. LuísMonteiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Iniciou-se mais um ano letivo no ensino

superior e uma das primeiras tarefas para milhares de estudantes, um pouco por todo o País, é encontrar

alojamento. Sem sítio para dormir, torna-se impossível permanecer a estudar.

Se é verdade que o tema do alojamento para estudantes não é um problema novo — e o Bloco de Esquerda

tem defendido, desde há muito, a construção de mais residências universitárias —, também é verdade que, nos

últimos anos, a especulação imobiliária tornou a procura de quartos um autêntico inferno.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Os relatos que nos chegam, todos os dias, de estudantes que não encontram

quarto na cidade onde estudam são assustadores e comprovam este drama.

Basta uma breve pesquisa em qualquer site de arrendamento para perceber que a bolha imobiliária ataca o

direito à habitação e, como consequência, o direito à educação.

Apenas como exemplo, olhemos para alguns títulos de notícias que têm sido publicadas nos últimos tempos:

A saga de encontrar um quarto em Lisboa a preços «normais», subtítulo Uma banheira no meio do quarto, dormir

em cima de paletes e senhorios com propostas pouco claras; Preço dos alojamentos para estudantes dispara:

arrendar um quarto já custa mais de 500 €; Fomos à procura de quarto para estudar, subtítulo Consultámos

portais na Internet, perguntámos em cafés e pedimos ajuda a porteiras, a média ascende aos 300 €; Quartos

para estudantes universitários custam mais de 500 €; Alojamento universitário: mostra-nos os piores exemplos.

Bruna Tomé, por exemplo, uma estudante que procura um quarto, diz-nos: «Procurei um quarto num

apartamento em Arroios. O valor era de 350 € e esperava que as despesas já estivessem incluídas. As despesas

não estavam incluídas e o quarto era a sala que, outrora, tinha existido naquela casa».

Os preços médios dispararam. No Porto, já não se encontra um quarto a menos de 275 €, em Lisboa a menos

de 450 €, em Coimbra e em Aveiro a menos de 250 € e em Braga a menos de 200 €.

Acresce que, hoje, o número de camas nas residências universitárias não dá resposta, sequer, a 20% do

número de estudantes deslocados que procuram alojamento. Em alguns casos, a oferta não chega para os

bolseiros, deixando todos os não bolseiros sem nenhuma solução a não ser pagar centenas de euros por mês

para poderem dormir.

Não podemos deixar de criticar duramente algumas instituições que, depois de conhecerem e de conviverem

diariamente com o problema, decidiram investir em alojamento universitário com os preços de mercado — ao