6 DE OUTUBRO DE 2018
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O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — E os outros países?!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Srs. Deputados, a responsabilidade é de quem? É que, Sr. Deputado
José Luís Ferreira, nós não nos envergonhados do que fizemos, nós temos muito orgulho! Nós temos muito
orgulho do que fizemos!
Aplausos do PSD.
Protestos do PCP e de Os Verdes.
Nós resgatámos o País e, por isso, temos o País a crescer, temos o País com menos desemprego, e
orgulhamo-nos mesmo muito! Não temos problemas nenhuns em assumi-lo e os portugueses, pelos vistos,
também gostaram do nosso trabalho. Os senhores pensam bem — por isso vos preocupa e por isso fizeram
este casamento envergonhado: se Pedro Passos Coelho governou como governou, com austeridade e
dificuldade,…
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Upa, upa! Já tinha cortado as pensões todas!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — … e se conseguiu pôr o País a crescer, imaginem com outra conjuntura!
Imaginem com outra conjuntura! Por isso é que os senhores fizeram este casamento que vos envergonha todos
os dias.
Protestos do BE e do PCP.
Por isso é que o vosso Secretário-Geral e a Deputada Catarina Martins, ao fim de semana, vêm sempre dizer
que não estão contentes, mas aqui, todos os dias, os senhores gostam do casamento.
Continuação de protestos do BE e do PCP.
Os senhores adoram este casamento e — querem apostar? — vão continuar casados até ao final desta
Legislatura, mas se Deus quiser, espero bem que não, espero os portugueses não vos deem oportunidade para
continuarem casados a partir do próximo ano.
Aplausos do PSD.
Neste momento, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, bom dia.
Tem a palavra, para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, o Sr. Deputado
Luís Testa.
O Sr. Luís Moreira Testa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Um debate sobre serviços públicos
faz tanto sentido que não há semana em que não o tenhamos e importa sempre revisitá-lo para que o proponente
não se esqueça do estado em que deixou Portugal.
Estamos perante um tímido exercício de pedir desculpas aos portugueses ou um ato de contrição de quem
tanto mal fez ao País. A ideia gasta de que a situação financeira tudo justifica nunca encobrirá a vã tentativa de
privatização dos transportes públicos ou consentirá o encerramento de tribunais, a agregação de freguesias, a
alienação dos CTT, a extinção dos serviços de saúde, o ataque à escola pública, a supressão de linhas
ferroviárias e, até, pasme-se, o abandono da estratégia de investimento refletida no Portugal 2020, que agora a
direita tanto reivindica.